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Foto: wirestock
O Ibovespa voltou a renovar máximas históricas nesta segunda-feira (16), enquanto o dólar atingiu o menor nível em 15 meses. O cenário é impulsionado pela expectativa de queda de juros nos Estados Unidos, mas analistas alertam que o clima pode mudar rapidamente caso avancem retaliações comerciais contra o Brasil.
A preocupação ganhou força após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo STF, que gerou reações duras de membros do governo norte-americano. Segundo a agência Moody’s, medidas de retaliação poderiam incluir a reversão de isenções tarifárias para produtos brasileiros e até impactos no setor financeiro, que responde por 22% do investimento estrangeiro direto dos EUA no país.
Atualmente, a carne bovina, o petróleo e o suco de frutas brasileiros estão entre os produtos que contam com benefícios tarifários para entrar no mercado norte-americano. Uma mudança nas regras poderia afetar bilhões em exportações.
“Se houver aumento de tarifas, o mercado vai reagir de forma negativa. O dólar acumula queda de 14% no ano e qualquer estopim pode gerar uma correção forte”, avalia Leonardo Santana, sócio da Top Gain.
O alerta veio após declarações do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que classificou a situação política no Brasil como um “rompimento do estado de direito” e prometeu novas medidas contra o país.
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Apesar do risco político, a expectativa de que o Federal Reserve (Fed) sinalize cortes de juros na reunião desta quarta-feira (17) mantém o otimismo. “Há uma grande migração de capital para países emergentes e para ações, o que impulsiona o Ibovespa”, completa Santana.
Para a economista-chefe da InvestSmart XP, Monica Araújo, três pontos devem ser monitorados de perto:
Novas sanções do governo dos EUA, incluindo possíveis bloqueios a autoridades brasileiras;
Atividade no Congresso, que pode ser afetada por impasses políticos;
Eleições de 2026, que podem redesenhar o cenário político e reduzir riscos de instabilidade.
Caso Washington avance com retaliações, o mercado pode sofrer ajustes imediatos, especialmente em empresas exportadoras. Por outro lado, se o Fed confirmar cortes de juros, a Bolsa pode manter o viés de alta e o câmbio seguir em queda.
O cenário, portanto, é de cautela: investidores devem acompanhar atentamente os próximos passos do governo de Donald Trump e do Congresso brasileiro, já que ambos podem ditar o ritmo da economia nas próximas semanas.
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