A testemunha que avisou a polícia rodoviária na madrugada de sábado será ouvida no início desta semana. O acidente terminou com a morte de duas jovens.

A corregedoria da Polícia Rodoviária Federal (PRF) abriu processo disciplinar para apurar a conduta dos agentes do posto de Blumenau, no caso envolvendo o motorista de um Jaguar que causou acidente e matou duas jovens no sábado de manhã, em Gaspar.

A decisão foi tomada após questionamentos sobre o motivo pelo qual o veículo não foi interceptado depois de uma denúncia que apontava as manobras perigosas de Evanio Wylyan Prestini ao volante na BR-470.

Como não há câmera de monitoramento no posto da PRF de Blumenau, o departamento afirma que vai buscar imagens de segurança de estabelecimentos às margens da rodovia para verificar se o motorista passou em frente ao posto.

- Tudo leva a crer que ele passou - afirma o inspetor Luiz Graziano, chefe de comunicação da PRF no Estado.

Segundo a PRF, ao menos dois policiais trabalhavam no local no dia do acidente e não teriam visto o carro passar. Alguns quilômetros à frente, o carro invadiu a pista contrária, bateu em um Fiat Palio no qual estavam cinco mulheres. Duas delas, Suelen Hedler da Silveira, 21 anos, e Amanda Grabner Zimmermann, 18, morreram na batida.

Quando o processo disciplinar for concluído, os agentes podem receber punição que vai desde uma advertência até a demissão. Questionado sobre outras circunstâncias envolvendo o procedimento da PRF, Graziano disse não ter autorização do comando para falar e que a manifestação do departamento se deu por meio de nota.

No documento, a PRF diz que os policiais consultaram a placa repassada e esta não batia em um Jaguar, porque houve algum ruído na ligação. A PRF informa que não viu qualquer pessoa parar na Unidade Operacional de Blumenau para denunciar pessoalmente. "Infelizmente várias pessoas ligam para a PRF prestando informações falsas ou trote, o que acaba por diminuir a credibilidade das denúncias", diz a nota.