O preço do ovo registrou aumento de 22% em Santa Catarina entre janeiro e fevereiro deste ano. A alta tem sido sentida pelos consumidores, que vêm substituindo a carne pelo produto para reduzir custos. Com o crescimento da demanda, o preço da unidade subiu de R$ 0,60 para R$ 0,90 na capital catarinense, fazendo com que o valor da bandeja de 30 ovos passasse de cerca de R$ 18 para R$ 27.

Especialistas apontam que a elevação dos preços está ligada ao aumento do consumo e às condições climáticas. Segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), o consumo per capita passou de 242 unidades em 2023 para 269 em 2024. Além disso, a onda de calor que atingiu o estado reduziu a produtividade das aves, impactando a oferta do produto.

Embora Santa Catarina tenha uma produção interna suficiente para atender grande parte da demanda, os efeitos da alta nacional começam a ser percebidos. “Como a produção local atende quase toda a demanda do estado, sentimos menos impacto. Mas, mesmo assim, a alta nos custos de produção e o aumento no consumo influenciam os preços”, explicou Alexandre Luís Giehl, analista da Epagri.

O aumento tem levado comerciantes a buscar alternativas. Jarbas Pinheiro, que possui uma barraca de lanches em Florianópolis, começou a utilizar ovo em pó para evitar prejuízos. “A gente pagava R$ 15 ou R$ 16 na bandeja. Hoje está R$ 26, tanto que estou deixando de usar o ovo comum, só utilizo no lanche”, afirmou.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informou que a alta é sazonal e ocorre todos os anos antes da Quaresma, período em que há maior procura por ovos. A entidade também destacou o aumento nos custos de produção, como a alta de 30% no preço do milho e de mais de 100% nos insumos para embalagens.

A expectativa é de que os preços se estabilizem até abril, com o fim da Quaresma e a normalização da oferta. Enquanto isso, os consumidores seguem buscando alternativas para equilibrar o orçamento.

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