Prefeituras e câmaras municipais de Santa Catarina começaram a apresentar projetos de lei para restringir atendimentos médicos a bonecas do tipo reborn nas unidades de saúde. A medida vem após episódios que ganharam grande repercussão nas redes sociais, em que pessoas aparecem levando os brinquedos para consultas médicas.

O caso mais notório no estado ocorreu em Itajaí, onde uma mulher procurou uma unidade de saúde municipal, em janeiro, para simular a aplicação de uma vacina em uma boneca a pedido da filha de quatro anos. A ação, segundo a própria mãe, foi registrada em vídeo e postada nas redes sociais. Não houve, contudo, tentativa de efetivar um atendimento clínico.

Em resposta ao episódio, o vereador Beto Cunha (Republicanos) apresentou um projeto de lei na Câmara de Itajaí que proíbe o atendimento de bonecos reborn em unidades públicas de saúde do município. De acordo com o parlamentar, a proposta busca evitar confusões, desperdício de recursos públicos e potenciais riscos à saúde pública.

Outros municípios também tomaram medidas semelhantes. Em Palhoça, o vice-prefeito em exercício, Rosiney Horácio (Podemos), protocolou uma proposta de lei com o mesmo objetivo. Segundo a prefeitura, não há registros de casos semelhantes no município. Nas redes sociais, Horácio publicou um vídeo em que aparece arremessando uma boneca reborn como forma de protesto.

Já em Chapecó, embora nenhum projeto de lei tenha sido apresentado até o momento, o prefeito João Rodrigues (PSD) se manifestou sobre o tema. Em vídeo publicado nas redes sociais, Rodrigues afirmou que, caso alguém tente registrar um atendimento médico para um boneco reborn na cidade, será determinada a internação involuntária da pessoa responsável. Até o momento, não há registros de ocorrências do tipo no município.

Em Florianópolis, o vereador Claudinei Marques (Republicanos) também protocolou uma proposta legislativa com o objetivo de evitar possíveis equívocos nos serviços de saúde pública. A justificativa apresentada é de que os atendimentos devem ser exclusivamente direcionados a pacientes humanos.

Segundo levantamento realizado pelo NSC Total, até o momento, o único caso registrado em Santa Catarina de tentativa de atendimento com boneca reborn foi o ocorrido em Itajaí. Informações das prefeituras indicam que não há registros em unidades municipais de saúde em outras cidades.

O que são bonecos reborn

Os bebês reborn são bonecas confeccionadas manualmente com o objetivo de imitar com precisão a aparência de recém-nascidos. O movimento ganhou força recentemente nas redes sociais, impulsionado por vídeos de influenciadores e celebridades, incluindo simulações de partos, cuidados e consultas médicas com os bonecos.

Embora sejam considerados objetos de arte e itens de coleção, os reborns também têm sido utilizados em contextos terapêuticos e de entretenimento. A recente exposição nas redes, no entanto, gerou controvérsias e motivou debates em diversos níveis do poder público.

Até o momento, não há legislação estadual ou federal específica sobre o uso de bonecos reborn em serviços públicos de saúde. As propostas em discussão em Santa Catarina ainda tramitam nas câmaras municipais e não foram aprovadas.

Com informações NSC Total