Na madrugada entre os dias 30 e 31 de julho, o céu de Monte Castelo, no Planalto Norte de Santa Catarina, foi palco de uma impressionante chuva de meteoros, durante o pico de atividade do fenômeno Delta Aquáridas do Sul. As câmeras de monitoramento astronômico da região registraram cerca de 800 meteoros cruzando o céu, encantando os observadores e astrônomos de plantão.

O espetáculo celeste, que ocorre anualmente entre os meses de julho e agosto, é uma das chuvas de meteoros mais aguardadas do hemisfério sul.

O que são as Delta Aquáridas?

As Delta Aquáridas são um tipo de chuva de meteoros gerada por detritos deixados por cometas que cruzam a órbita da Terra. Ao entrar na atmosfera terrestre, esses fragmentos — popularmente conhecidos como "estrelas cadentes" — se incendeiam devido ao atrito com o ar, criando riscos luminosos visíveis no céu noturno.

De acordo com Marcelo de Cicco, coordenador do projeto Exoss (rede brasileira de monitoramento de meteoros), os meteoros dessa chuva são geralmente rápidos e de brilho moderado, e sua observação é favorecida em áreas com pouca poluição luminosa, como é o caso de Monte Castelo.

Condições ideais favoreceram o fenômeno

A visibilidade elevada da chuva este ano se deu graças às boas condições climáticas e à localização privilegiada de Monte Castelo, longe da iluminação artificial intensa das grandes cidades. Com céu limpo e pouca interferência de luz, o público pôde observar uma média impressionante de dezenas de meteoros por hora.

“Esse tipo de fenômeno é um lembrete de como o universo é dinâmico. Mesmo com toda a tecnologia, ver isso a olho nu ainda é uma experiência marcante”, destacou Marcelo de Cicco.

Quando será a próxima grande chuva de meteoros?

Após o pico das Delta Aquáridas, os olhares dos astrônomos e entusiastas do céu se voltam agora para a próxima grande chuva do calendário astronômico: as Perseidas, que costumam atingir seu auge em meados de agosto. Embora mais visível no hemisfério norte, parte do fenômeno também poderá ser observada em regiões brasileiras, principalmente no Norte e Nordeste.

Para quem perdeu o espetáculo desta semana, a dica é ficar atento às previsões astronômicas e buscar locais afastados de centros urbanos para observar os próximos eventos.