
Santa Terezinha
Diorgenes Pandini / Agencia RBS / Agencia RBS -
O rastro de destruição assusta quem chega a Ponte Alta do Norte pela BR-116, no Meio-Oeste de Santa Catarina. Árvores cortadas pela metade e casas em pedaços resumem o cenário. Os fortes ventos de domingo à noite mataram três pessoas na cidade e deixaram 21 feridas.
Os mortos eram todos da mesma família. Francisco Proença de Farias, 89 anos, que havia perdido a esposa uma semana antes, seu filho, Daniel Farias, 62, e a esposa, Valdivina Alves, 55, foram arremessados para fora de casa, na região da comunidade deSítio Três Lagoas. Dois dos corpos estravam a mais de 50 metros de onde ficavam casas. Lourdes Farias, filha de Francisco, foi levada ferida para o hospital, mas não corre risco de morrer.
Três casas ficavam no terreno onde eles morreram. Das três sobraram apenas os restos. Em um delas morava um dos filhos de Daniel, que estava viajando. Pela área verde é possível encontrar roupas, peças de eletrodomésticos, alimentos e até roupas de camas que ficaram penduradas nos pinheiros. Os únicos sinais de vida no local são os cachorros, as galinhas e um porco que ficaram vagando pelos arredores da casa.
- Eram 22h (de domingo) e a minha mãe ligou para avisar o que tinha acontecido e que o vô havia morrido. Parece um filme de terror - contou Joelma Souza, neta de Francisco que deixou Gaspar, no Vale do Itajaí, às pressas para ir até o Meio-Oeste.
Poucos metros antes das casas da família Farias, outras residências sucumbiram. Da margem da BR-116 era possível ver famílias procurando seus pertences sobre os escombros. Josiel Fernandes era um deles. No domingo, quando os ventos chegaram, perto das 19h, ele estava na cozinha com a esposa. Em poucos segundo, foi arremessado morro abaixo.
- Tentei escapar pela porta, mas o vento me levou. Desci rolando com o fogão à lenha do meu lado rolando também e saindo faísca. Só bati a cabeça e as costas. Me cuidei para não me machucar mais- relatou Josiel.
Ao lado da casa dele estava a residência de Marcos Frantz. Ontem à tarde, mesmo com a suspeita de ter quebrado o braço, tentou reunir o que havia ficado. Durante os fortes de ventos de domingo, Marcos foi um herói para a esposa e a filha.
- O vento levou a casa, arrancou do chão. Segurei minha filha e a mulher e deitei em cima delas para não voarem - relembrou Marcos.
Com as casas do Sítio Três Lagoas, foram 12 totalmente destruídas em Ponta Alta do Norte por conta dos ventos. Outras 47 tiveram danos parciais. A Defesa Civil sobrevoou a área atingida e contabilizou um rastro de 26 quilômetros de destruição. Áreas inteiras de reflorestamento de pinus foram devastadas. Ontem à noite, chegaram à cidades os primeiros kits de higiene para os moradores atingidos. A partir de hoje vão chegar colchões e cestas básicas.
- O prefeito decretou situação de emergência. Agora vamos fazer o levantamento das moradias atingidas para ver quem terá acesso a residências modulares - afirmou o coordenador da Defesa Civil da regional de Curitibanos, Roberto Roper.
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