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No dia 20 de março, sexta-feira, Rio do Campo se despediu da mulher que foi a primeira-dama do município, Bertolina Leite Fernandes, conhecida por Nina. Bertolina era esposa de Paulo Marcelino Fernandes, primeiro prefeito da cidade que exerceu em caráter provisório, em 1962. Na mesma década, Paulo Marcelino voltou ao executivo municipal no pleito 1969 a 1972.

Dona Nina era filha de Germano Leite e Maria Hoffmann Leite, nasceu em Ituporanga no ano de 1921, faleceu 15 dias antes de chegar aos 99 anos que completaria no dia 04 de abril. Teve cinco irmãos, José, Elias, Moisés, João e Leardino; e duas irmãs Adelinda e Paula.

Os familiares relatam que desde muito cedo dona Nina teve que trabalhar nos afazeres do lar, auxiliando a mãe. Com 17 para 18 anos casou-se com Paulo Marcelino "Ela foi a grande esposa, amiga e companheira de mais de 60 anos", expressam os netos.

Ao lado do esposo, por duas vezes primeira-dama de Rio do Campo, Nina superou muitas dificuldades e desafios "Sempre na busca de melhores condições para a família, para os empregados e para a população do município que moraram e tanto defenderam", mencionam os familiares.

Entre as tantas vitórias alcançadas pelo casal Nina e Paulo, a maior foi com certeza a satisfação de ter criado com saúde e alegria os sete filhos, Osvaldo (Valdão), Osvaldo (Valdinho), Valmor, Linor, José, Fernandes e Palmira "Que foram educados de maneira rígida, mas ao mesmo tempo com muito carinho e se tornaram pessoas que foram destaques em suas comunidades e que ao lado de suas esposas e marido constituíram suas famílias das quais descenderam vários netos, bisnetos e trinetos", contam os netos.

Dona Nina faleceu em um momento delicado e de isolamento da população devido ao corona vírus, principalmente dos mais idosos (faixa etária que já se encontram seus filhos e noras), não podendo, portanto, seus entes e amigos prestarem a última homenagem da forma que gostariam, tocando-a pela última vez.

"Mas o que fica são seus exemplos, que não foram poucos, destacando a sua persistência, força e vontade de viver, e viver trabalhando, pois até em momentos de delírio o que queria era sair do Hospital e ir para casa trabalhar. Muito poderíamos falar para poder descrever o que você significou, significa e vai continuar significando para nossa família. Portanto, vó Nina, como carinhosamente é chamada por nossa família, descanse em paz, ao lado de nossos entes queridos que já partiram para o reino dos céus e com eles compartilhe da vida eterna", expressam os membros da família Leite e Fernandes.


Por nomeação, Paulo Marcelino foi o primeiro prefeito de Rio do Campo

Conforme a família, Paulo Marcelino Fernandes foi indicado prefeito provisório no primeiro ano de administração política administrativa do município pela competência e articulação que ele tinha com o governo do estado. Paulo Marcelino, foi responsável pela estruturação de toda a parte administrativa da prefeitura de Rio do Campo. "A partir de 1961, assumiu sem recursos públicos abrindo e melhorando estradas com seus dois tratores, ou seja, com recursos próprios, até que repassou ao primeiro prefeito eleito, Leopoldo Vavassori, indicado por ele", citam os familiares.

No primeiro pleito do município, período de 1962 a 1968, Paulo Marcelino foi eleito vereador. Em 1968, desta vez pelo voto popular, novamente se elegeu prefeito, assumindo em 69. Naquela eleição Senhor Paulo mostrou ter muito carisma e grande apoio da população, pois entre três candidatos fez sozinho 1.825 votos, enquanto seus adversários juntos contabilizaram apenas 325 votos.

Paulo Marcelino Fernandes, faleceu no dia 07 de novembro de 2001, aos 83 anos. Paulo teve morte natural por problemas de insuficiência respiratória e nos pulmões. Naquele período residia na cidade de Santa Cecília.

Além de prefeito, Paulo Marcelino foi empresário, tendo como atividades uma empresa de fécula de mandioca, fecularia, onde processava mandioca e produzia polvilho doce e polvilho azedo. Possuiu também indústria de processamento de madeira nativa, desta forma sempre gerou empregos aos Riocampenses.

A Av. Paulo Marcelino Fernandes que envolve parte da SC-427 que liga Rio do Campo a Taió e Santa Terezinha, na extensão do trecho desde a ponte de acesso ao município até o trevo da Elétrica Miranda, é uma homenagem ao ex-prefeito.

Em razão do empenho de Paulo na área da saúde junto à população de Rio do Campo antes e durante o período que foi prefeito, o mesmo foi homenageado pela municipalidade quando foi inaugurado o Posto de Saúde ao lado da Rodoviária, na Av. Tiradentes, onde hoje funciona a Secretaria de Educação. Na época, o Posto de Saúde recebeu o nome de Paulo Marcelino Fernandes. Conforme a família, foi uma linda homenagem realizada a quem tanto fez para a população na área da saúde que no passado era ainda mais precária, em razão da dificuldade de se conseguir ter acesso aos recursos de médicos e hospitais.

No entanto, para a família Fernandes os adjetivos que mais representavam o avô Paulo e a avó Nina foram a persistência e a vontade de trabalhar, sempre buscando o melhor pelos filhos, parentes e compadres, pelos empregados e toda população de Rio do Campo.