Horário de verão pode voltar em 2025. Medida é avaliada pelo governo para reduzir picos de consumo e aliviar o sistema elétrico nos meses mais quentes

O horário de verão voltou ao centro das discussões no Brasil em 2025. Após mais de cinco anos sem aplicação, o Governo Federal e o setor elétrico avaliam se a medida pode ajudar a reduzir o consumo de energia nos meses mais quentes do ano.

A proposta reapareceu no Plano de Operação Energética de 2025 (PEN 2025), elaborado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O documento alerta para risco de déficit de potência principalmente nos horários de pico, quando cresce o uso de aparelhos de alto consumo, como ar-condicionado.

Em julho, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que uma decisão seria tomada até setembro, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não se posicionou oficialmente sobre o tema.

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Por que o horário de verão está em debate

Tradicionalmente, o objetivo do horário de verão era aproveitar melhor a luz solar e reduzir o gasto com iluminação elétrica. Hoje, os estudos consideram outros fatores, como a necessidade de integrar melhor as fontes renováveis — solar e eólica — à matriz elétrica e reduzir a pressão sobre o sistema durante picos de consumo.

A discussão também ocorre em meio à alta nas contas de luz. Desde agosto, a Aneel mantém a bandeira vermelha patamar 2, que acrescenta R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos — o valor mais alto do sistema de bandeiras tarifárias.

Quando a mudança poderia valer

Caso seja confirmada, a medida deve começar à 0h do primeiro domingo de novembro e terminar à 0h do terceiro domingo de fevereiro do ano seguinte, como ocorria até 2019.

No entanto, especialistas lembram que o impacto direto na conta de luz pode ser menor do que no passado, já que hoje o consumo é puxado principalmente por equipamentos de climatização, que têm maior uso no fim da tarde e à noite — justamente quando a economia de energia é menor.

Estados que devem adotar

Se retomado, o horário de verão deve abranger os mesmos estados participantes até 2019:


São Paulo

Rio de JaneiroMinas Gerais

Espírito Santo

Paraná

Santa Catarina

Rio Grande do Sul

Goiás

Mato Grosso do Sul

Mato Grosso

Distrito Federal

Essas regiões concentram a maior parte do consumo de energia e, segundo o ONS, apresentam maior potencial de benefício para o sistema elétrico.


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