
Saúde
Um, dois, no máximo três, são os números de filhos que as famílias da sociedade atual escolhem para ter. E escolher, talvez seja realmente a diferença entre as mulheres da sociedade moderna para as mulheres do século passado, especialmente as nascidas antes das décadas de 60, 70. As avós e bisavós da sociedade atual não tinham muita 'escolha', viviam mais oprimidas e principalmente com pouco conhecimento, desta forma, ter mais de dez filhos era algo comum. Não importa o número de filhos, se um ou vinte, quanto mais filhos, mais amor. O cálculo para o amor de mãe não é por soma, mas por multiplicação.
Não é para qualquer mulher. Aos 90 anos de vida completados em 15 de março deste ano, e esbanjando saúde, uma Riocampense, Dona Isola Maria Claudino merece destaque neste mês das mães. Dona Isola gerou 25 filhos num total de 22 gestações. "Em uma gestação tive trigêmeos e em outra gêmeos, assim foram 22 gestações, era todo ano um filho", relembra Isola, entre risos.
Dos 25 filhos gerados, somente 20 viveram. "Cinco nasceram com vida, mas como eram prematuros, já faleceram após o nascimento", comenta a mãe. E dos 20, 16 estão vivos. Da gestação dos trigêmeos, Ricardo, Roberto e Ana Rita, somente Ana Rita vive. Os dois meninos não resistiram muito tempo, faleceram aos dois meses de vida. Infelizmente outra filha, Célia, faleceu também bebê, com apenas um mês. E já adulto, com mais de 40 anos, o filho Vilmar também partiu.
Uma vida dura e cheia de desafios. Assim pode ser descrevida a vida da senhora Isola, que com apenas 19 anos de idade se encontrava em uma situação difícil. "Com 19 anos fiquei viúva com três filhos pequenos, vivi uma situação pesada. Fui mãe pela primeira vez com 15 anos, faltavam dez dias para eu completar 16", releva a senhora. O primeiro esposo de Dona Isola se chamava Severino Max. Da união dos dois nasceram José, Iolanda e Lúcia Max.
Uma vez viúva, Isola se casou com Ubaldo Uliano e teve os demais filhos. A última gestação ocorreu aos 46 anos e deu vida a Antônio Carlos, o filho mais novo. "Foi a gravidez que tive maior complicação no parto. O bebê estava trancado e tive que ser levada para Rio do Sul onde foi feita uma cesárea", conta Dona Isola e acrescenta "Os demais filhos nasceram todos em casa, de parto normal e correu tudo bem em todos os partos. Todos feitos pela Dona Frida Petri (in memoriam)".
O sexo das crianças era conhecido somente quando nasciam. Desta forma era sempre uma expectativa. "Recordo-me que quando nasceram os trigêmeos era uma noite muito fria e a Dona Frida falou: 'São três meninos', assim logo demos os nomes Ricardo, Roberto e Roque. Mas no outro dia quando amanheceu e fui limpar a fralda e encontrei uma menina. Então não era o Roque e sim Ana Rita", revela a mãezona.
Isola Maria é natural de Rio do Sul, chegou em Rio do Campo aos dez anos de idade. "Já faz 80 anos que sou Riocampense. No início morávamos no centro, numa casa junto ao sindicato velho, mas depois nos mudamos para o Rio do Oeste que hoje é a comunidade de Rio Azul. No início vivemos uma vida de muita miséria. Trabalhamos sempre na agricultura e foi assim que criamos nos filhos. E mesmo com tantos filhos, eu ajudava na roça também", menciona Isola. Dona Isola foi registrada apenas no nome da mãe, Maria Claudino.
Passar todos os nomes dos filhos em ordem de nascimento já não foi tarefa fácil para Dona Isola durante a entrevista. E descrever o número de netos e bisnetos complicou mais ainda. "Um dia parei e fiz as contas, fui anotando um por um, deu 43 netos e 36 bisnetos, mas daquele dia pra cá já nasceram mais", comenta sorridente a vovó.
Como a família é muito numerosa, Dona Isola lamenta o fato de ser difícil reunir todos no mesmo tempo. "Nossa família é muito espalhada, então sempre conseguimos juntar só alguns". Ao finalizar a entrevista Dona Isola chora ao mencionar que não poderá abraçar os filhos neste dia das mães. "Alguns moram longe e com esta pandemia não podemos sair de casa. Choro porque não posso dar aquele abraço de mãe, estou sentindo muita falta da minha família. Peço que Deus abençoe todos eles".
"Sou muito feliz com meus filhos, com minha família. Sou feliz quando posso ir à casa deles porque sou sempre bem recebida", finaliza a mãe Isola Maria Claudino.
São 16 filhos vivos:
José Max
Iolanda Max
Lúcia Max
Mario Uliano
Maria Uliano
Beatriz Uliano
Mirtes Uliano
Osmar Uliano
Ademar Uliano
Isolete Uliano
Nalsira Uliano
Lisete Uliano
Rose Maria Uliano
Valdemar Uliano
Ana Rita Uliano
Antônio Carlos Uliano
Filhos falecidos:
Vilmar Uliano (in memoriam)
Célia Uliano
Ricardo Uliano
Roberto Uliano
ÚLTIMAS
Saúde
Luto
Cultura e Turismo
Alto Vale do Itajaí
Tempo
Saúde Mental
Saúde
Acidente
Professores de SC
Peixe alienígena
Alto Vale do Itajaí
Deixe seu comentário