-
- Bolsonaro e LulaFoto: Evaristo Sá/AFP/Agência Brasil/ND
Rivalidade política se reflete nas páginas policiais, onde aliados e parentes dos dois ex-presidentes disputam manchetes nos noticiários criminais
A história recente do Brasil é marcada por uma sucessão vergonhosa de escândalos de corrupção, e no centro desse palco estão os dois principais líderes da política atual: Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro. Seus legados, antagônicos na ideologia, ficam parecidos quando o assunto passa para o âmbito mais íntimo: familiares e aliados que transformaram o acesso ao poder em um ímã para investigações de desvios e enriquecimento ilícito.
Essa rivalidade política se reflete diretamente nas páginas policiais, onde aliados e parentes dos dois ex-presidentes disputam manchetes nos noticiários criminais. De um lado, o núcleo de Lula carrega o histórico de propinas, tráfico de influência na Lava Jato e o famoso Mensalão. Do outro, o clã dos Bolsonaro concentra casos de peculato, como a rachadinha, e fraudes federais, como o escândalo das joias recebidas como presentes da Arábia Saudita.
O PT e a corrupção que abalou o Brasil no chamado ‘Mensalão’
O Mensalão, deflagrado em 2005, revelou um esquema de compra de apoio político que usava verbas públicas para a manutenção de um projeto de poder. Embora o escândalo tenha tido como réus líderes e ex-ministros do Partido dos Trabalhadores, partido de Lula, ele deu início a corrupção estrutural que mais tarde atingiria a família do próprio Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Lava Jato. Após o esquema de compra de votos para conseguir apoio, o brasileiro passou a conviver com uma série de desvios e casos de corrupção dentro do Congresso Nacional.
Como a Lava Jato chegou até a Família de Lula
A Operação Lava Jato foi a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro da história do Brasil. Deflagrada em 2014, ela desvendou um vasto esquema que envolvia desvios bilionários na Petrobras e o pagamento de propinas por grandes empreiteiras a políticos e executivos em troca de contratos superfaturados. A Lava Jato afetou o núcleo de poder do PT e mirou diretamente a família Lula.
No centro das acusações estava o famoso Triplex do Guarujá, que levou à condenação e à prisão de Lula em 2018, anulada posteriormente pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A ex-primeira-dama Marisa Letícia também foi denunciada neste e em outros casos de corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da Lava Jato, ligadas à suposta reforma do imóvel.
Os filhos de Lula, que hoje está em seu 3ª mandato como presidente da República também entraram na mira dos procuradores de Curitiba, que coordenavam a operação: Luís Cláudio Lula da Silva foi indiciado pela Polícia Federal na Operação Zelotes por suposto tráfico de influência. Já Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha foi investigado na Lava Jato por suspeitas de repasses milionários da empresa de telefonia Oi/Telemar para sua empresa, a Gamecorp, embora o inquérito tenha sido arquivado posteriormente.
Outro caso de grande impacto que pesou sobre a família Lula foi o do irmão do presidente, Frei Chico, citado em delações por receber uma “mesada” para garantir seu silêncio sobre os esquemas de propina. Frei Chico voltou ao noticiário este ano, acusado de participar do esquema de fraudes bilionárias que lesou aposentados e pensionistas do INSS.
Além disso, a ex-nora Natália Schincariol foi mencionada por repasses milionários. Recentemente, mais uma ex-nora de Lula ganhou evidência ao ser alvo da Justiça. A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão na última quarta-feira (12) contra Carla Ariane Trindade. Carla é acusada de receber propina de empresário para articular contratos superfaturados com o governo.
A Rachadinha e as fraudes que envolvem os filhos de Bolsonaro
Do outro lado da política, a investigação sobre o Clã Bolsonaro se concentrou nos desvios de verba pública via peculato. O principal tema foi a rachadinha, esquema de apropriação de salários de assessores. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro como o líder do esquema em seu gabinete na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), com Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio, como operador-chave do esquema.
Queiroz realizou depósitos de R$ 89 mil na conta da ex-primeira-dama, o que a levou a ser apelidada por críticos de “Micheque”. Além disso, o ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama se tornaram alvos da Polícia Federal no escândalo das joias sauditas. O inquérito trata da apropriação indevida dos objetos e da tentativa de venda ilegal de presentes de Estado. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, se tornou delator no caso, apontando Jair Bolsonaro como mandante no esquema de venda e resgate dos presentes.
Além disso, as investigações revelaram que a Família Bolsonaro comprou cinquenta e um imóveis utilizando grande parte do valor em dinheiro vivo, método que dificulta o rastreamento da origem dos recursos. A Polícia Federal (PF) concluiu a investigação e indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais onze pessoas, incluindo Cid e outros assessores pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
O ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se tornaram alvos da Polícia Federal no Escândalo das Joias. O inquérito apura a apropriação indevida e a tentativa de venda ilegal de presentes de Estado. A delação do ex-Ajudante de Ordens, Mauro Cid, apontou a participação do ex-presidente no esquema. Além disso, as investigações revelaram que a Família Bolsonaro comprou cinquenta e um imóveis utilizando grande parte do valor em dinheiro vivo, método que dificulta o rastreamento da origem dos recursos.
Além disso, Jair Bolsonaro está em prisão domiciliar desde agosto, por determinação do ministro do STF, Alexandre de Moraes, por descumprimento de medidas cautelares impostas, e há uma expectativa que a prisão possa ser convertida para o regime fechado, após o ex-presidente ter sido condenado pela 1ª Turma a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.
Leia também: Previsão do tempo aponta instabilidade em Santa Catarina nos próximos dias
Fonte: ND
ÚLTIMAS
Política
Tempo
Segurança
Agricultura
Segurança
Segurança
Política
Tempo
ATENÇÃO
Educação
Feminicídio
Política
Deixe seu comentário