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Petrobras desvaloriza 23% desde o 2º turno das eleições

A Petrobras perdeu R$ 103,6 bilhões em valor de mercado desde o fim as eleições de 2022. De acordo com um levantamento, a perca foi de R$ 448,7 bilhões para R$ 345,1 bilhões. As ações preferenciais recuaram 25,5% no período até o fechamento desta quinta-feira (24). As ações ordinárias caíram 21,4%. Ainda na quinta, as ações ordinárias se recuperaram em 3,9% na comparação com o fechamento de quarta-feira (23). Já as preferenciais aumentaram 0,1%.

Na terça-feira feira (22.), o banco UBS cortou o preço-alvo das ações da Petrobras de R$ 47 para R$ 22 por papel preferencial. Também recomendou aos seus clientes a venda das ações da companhia. Segundo o UBS, 3 pontos levaram à indicação:

Preço dos combustíveis, por causa da falta de definição sobre a nova política de preços e das expectativas de redução nas margens de refino da estatal;

Investimentos, com a sinalização de maior alocação de capital para projetos em renováveis e transição energética;

Aumento de despesas acompanhando o crescimento nos investimentos.

O UBS estima que a Petrobras deva pagar um payout de 25%, o mínimo previsto em lei. O payout é uma taxa calculada pela divisão dos dividendos pagos pelo lucro por ação.

No 3º trimestre de 2022, o Conselho de Administração da estatal aprovou a distribuição de R$ 43,7 bilhões a acionistas pagas em duas parcelas, em dezembro e janeiro. A estatal brasileira é a petroleira que mais pagou dividendos no trimestre. Como uma empresa estatal de capital aberto, a Petrobras está sujeita a incertezas envolvendo seu acionista controlador, a União.

Em 2014, as ações da Petrobras caíram com a crise do petróleo e o início da Operação Lava Jato. Depois, em 2016, ainda no contexto de crise no preço do barril, o valor de mercado da estatal voltou a cair quando a cotação do petróleo ficou abaixo de US$ 30. Naquele ano, as ações da Petrobras bateram o menor valor nominal da série histórica a partir de 2014: R$ 4,1, em janeiro de 2016, em meio ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Em 2017, nova queda relacionada à delação de Joesley Batista.

Em 2018, a greve dos caminhoneiros por conta do preço do óleo diesel fez com que as ações despencassem novamente. Em 2020, já no governo de Jair Bolsonaro (PL), a redução nas projeções de consumo de petróleo por conta da pandemia de covid-19 derrubou a cotação do barril e os papéis da Petrobras. Depois, com a valorização do preço do barril, as declarações de Bolsonaro sobre a alta nos combustíveis e ameaças de intervenção do governo na estatal fizeram com que os papéis caíssem novamente.

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