Motociclista morre após carretinha se soltar e atingir moto na BR-470 |
Pode afetar arrecadação de SC
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Por: Por Estela Benetti - NSC
A falta de consenso para preços entre os países da Opep (associação de produtores) e a Rússia levou a Arábia Saudita anunciar aumento da produção em meio à crise internacional do coronavírus, medida que derrubou as bolsas do mundo todo. A B3, bolsa de valores do Brasil, fez um Circuit Break porque superou queda de 10% e o mesmo aconteceu com a bolsa de Nova York.
A reação de boa parte dos investidores está sendo sair da Bolsa e procurar ativos mais seguros. Por isso, a retração das bolsas e a alta do dólar. Os impactos na economia brasileira e catarinense vão depender do tempo de duração dessa nova crise do petróleo. Se for curta, serão superados logo, a exemplo do que ocorreu com o ataque à refinaria da Arábia Saudita pelo Iran em setembro do ano passado. Mas a profundeza da crise preocupa porque o coronavírus mudou a dinâmica da economia.
A Petrobras poderá reduzir os preços de combustíveis se o problema continuar. Se isso ocorrer, em Santa Catarina, os consumidores de combustíveis terão ganhos, por gastar menos com esse insumo, enquanto o setor público vai perder porque a maior fonte de arrecadação de ICMS do Estado ocorre por meio dos combustíveis. O setor responde por quase 20% do total arrecadado, mesmo Santa Catarina praticando algumas das alíquotas mais baixas do Brasil. A redução da arrecadação afeta não só o Estado, mas também os municípios, que recebem o retorno de ICMS.
Os governos estaduais têm liberdade para propor alta de alíquota de ICMS para combustível, mas em Santa Catarina esse tema sempre teve elevada restrição por parte dos contribuintes.
Preço da gasolina
O presidente do Sindicato de Comércio Varejista de Combustíveis Minerais de Florianópolis, Vicente de Sant'Ana, afirma que se o preço do petróleo cair 20% no mercado internacional, a Petrobras tenderá a reduzir o preço dos combustíveis na mesma proporção, caso o dólar permita. Ele observa que o mercado global de petróleo costuma mirar o preço do barril em torno de US$ 50 a US$ 55 para ser sustentável.
Caso a queda do preço mundial do petróleo ficar em torno de 20% e a Petrobras repassar essa redução, o impacto para o consumidor da Grande Florianópolis seria uma queda aproximada de 8% a 10% no preço da gasolina nos postos, explica ele. Então, considerando o preço médio atual da região de R$ 4,59 por litro, para o consumidor cairia a uma média de R$ 4,09 a R$ 4,19.
Conforme Sant'Ana, essa variação é bem menor ao consumidor porque além do preço da Petrobras é preciso considerar os custos do etanol anidro (27% do combustível), a margem das distribuidoras e os impostos.
- O posto é o que mais investe e o que menos ganha nessa cadeia bilionária dos combustíveis. As distribuidoras - BR, Shell e Impiranga detém 60% do mercado - estão cada vez mais ricas. Estamos esperando o governo federal acabar com o oligopólio das distribuidoras - diz Sant'Ana.
Preço baixo demais
Segundo Cauê Ostetto, sócio e gestor de investimentos da EQI em Florianópolis, uma das razões da crise internacional gerada com a decisão saudita é que a queda do preço do petróleo inviabiliza diversas produções pelo mundo.
No Brasil, o custo para a produção no pré-sal é de US$ 13 por barril enquanto o preço do barril caiu para cerca de US$ 35. Nos Estados Unidos, a extração de Xisto, que gera petróleo, passa a ser inviável.
Para manter a calma
O derretimento das bolsas nesta segunda-feira acontece porque o mercado teme uma crise de crédito bancário devido à queda do preço do petróleo e ao coronavírus, alerta o sócio da Manchester Investimentos, Rodrigo Macarenco.
- O nosso cliente, de modo geral, está preocupado, mas muita pouca gente está vendendo posição. A maioria está mantendo. E quem não tem ações está começando a comprar. A gente não está tendo pedido de resgate de ações - afirma Macarenco ao observar que a média percentual de renda em ações dos clientes da Manchester é de 10%. Os demais recursos ficam em renda fixa ou em outros investimentos.
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