Os corpos das seis pessoas da família catarinense que morreu por causa de um vazamento de monóxido de carbono no Chile chegaram na noite segunda-feira (3), ao Aeroporto Hercílio Luz, em Florianópolis, por volta das 18h45min. O traslado foi possível depois que parentes das vítimas viajaram ao país para reconhecer e liberar as vítimas para a viagem.

O incidente que vitimou a família aconteceu no dia 22 de maio, no apartamento em que eles estavam hospedados, em Santiago, capital chilena. A família começou a passar mal dentro do imóvel, mas não identificou o que poderia estar causando a sensação ruim. Eles chegaram a pedir ajuda até ao consulado brasileiro. Quando foram encontrados, todos já estavam mortos.

As vítimas do incidente foram Fabiano de Souza, 41 anos, a mulher dele, Débora Muniz Nascimento de Souza, 38, os dois filhos do casal, Karoliny Nascimento de Souza, que completaria 15 anos dois dias depois da tragédia, e Felipe Nascimento de Souza, 13, e Jonathas Nascimento Kruger, 30 anos, irmão de Débora. A mulher de Jonathas, Adriane Krueger, do Mato Grosso, também morreu na tragédia.

?O velório da família deve ser aberto ao público e vai ocorrer no Ginásio de Esportes da Univali, em Biguaçu, na Grande Florianópolis, a partir das 8h30min. A cidade era onde viviam todos as vítimas. A prefeitura está ajudando a família a organizar a cerimônia e o sepultamento das vítimas, que deve ocorrer no Cemitério São Miguel. 

Gás sem cheiro e altamente tóxico

O monóxido de carbono, que vitimou a família catarinense, surge a partir da queima incompleta de combustíveis baseados em carbono, como o gás de cozinha, gás natural ou gasolina. Ele é altamente tóxico e, em altas concentrações, pode ser letal. Segundo especialistas, ele não tem cheiro e pode levar pessoas à morte, sem que elas percebam o perigo que correm.

A exposição ao componente altera a estrutura da hemoglobina, que tem a função de transportar o oxigênio no corpo, e passa a comprometer o sistema nervoso. Os sintomas da intoxicação começam com náuseas, tontura e dor de cabeça. Caso a pessoa continue exposta, o quadro se agrava e pode levar à morte. 

Polícia investiga mortes

As mortes dos brasileiros no Chile está sendo investigada pela polícia local. Além da responsabilidade pelas condições do apartamento em que a família se hospedou, os policiais também apuram a conduta dos agentes que atenderam aos pedidos de socorro.

A investigação contra a própria polícia foi aberta porque foram realizadas ao menos duas ligações com pedidos de ajuda. Na primeira, feita pelos brasileiros, um agente foi deslocado para atender o caso, mas disse que não encontrou o endereço e retornou à base. A segunda ligação já foi feita pelo cônsul do Brasil em Santiago. Depois dessa chamada, outra equipe foi deslocada ao local. Quando chegaram, já encontraram todos mortos. 

A polícia chilena informou que repassou todos os detalhes ao Ministério Público do Chile, que deverá decidir se irá processar ou não os policiais envolvidos no atendimento aos brasileiros.

Redação DC