O Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou, no final da manhã desta segunda-feira (5), que chegou a um acordo com o governo da Venezuela para assumir a custódia das embaixadas da Argentina e do Peru em Caracas. A decisão surge após a expulsão dos diplomatas desses países pelo regime de Nicolás Maduro, ocorrida na semana passada.

A Argentina e o Peru solicitaram assistência ao Brasil para a guarda das suas instalações diplomáticas em Caracas devido à crise gerada pela reeleição contestada de Maduro. Esse período de tensão resultou na decisão de alguns países em não reconhecer o resultado das eleições presidenciais venezuelanas. O Brasil já havia iniciado a guarda das embaixadas, e o acordo formaliza essa responsabilidade.

Em uma nota conjunta divulgada pelo Itamaraty, foi confirmado que, a partir de 5 de agosto de 2024, a Embaixada do Brasil em Caracas será responsável pela custódia dos locais das Missões Diplomáticas da Argentina e do Peru. A nota também menciona a proteção dos bens e arquivos dessas embaixadas e a representação dos interesses e nacionais dos respectivos países em território venezuelano.

O acordo segue as diretrizes estabelecidas pela Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961 e sobre Relações Consulares de 1963. Na semana passada, a bandeira brasileira chegou a ser hasteada na embaixada da Argentina como símbolo da nova responsabilidade.

O regime de Nicolás Maduro havia exigido a retirada imediata dos representantes da Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai, acusando esses países de interferência nas eleições presidenciais. A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, expressou sua gratidão ao governo brasileiro pela proteção dos interesses diplomáticos da Argentina na Venezuela.

Além disso, foi relatado que, um dia após a controvérsia eleitoral, seis opositores do regime, que estavam refugiados na embaixada argentina desde março, denunciaram ameaças de forças de segurança venezuelanas para entrar na representação diplomática e prendê-los.

A situação continua a evoluir, e o governo brasileiro mantém sua posição de proteção às instalações diplomáticas e aos cidadãos dos países afetados.​​