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Expectativa do secretário da Agricultura é de que a Rússia volte a comprar carnes dos frigoríficos de SC
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, anunciou nesta quarta-feira (31) que a Rússia irá retomar as importações de carnes do Brasil. As cargas brasileiras poderão ser embarcadas para o território russo a partir de 01 de novembro. Como maior exportador de carne suína do país, Santa Catarina comemora a novidade e aguarda a liberação de novas plantas.
Segundo o Serviço Federal para Vigilância Sanitária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor), foram reabilitadas algumas plantas localizadas no Rio Grande do Sul das empresas Alibem Alimentos, da Adele Indústria de Alimentos e da Cooperativa Central Aurora Alimentos. A expectativa do secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, porém, é de que a Rússia em breve volte a comprar carnes também dos frigoríficos localizados em Santa Catarina.
O secretário Spies explica ainda que o mais importante é que, no contexto geral, há uma redistribuição da carne suína produzida no país e outras agroindústrias acabam sendo beneficiadas com o possível aumento de preços, mesmo que ainda não habilitadas. "O retorno das vendas para a Rússia irá desafogar a pressão de oferta e acabará também beneficiando outras empresas que, eventualmente, não estão habilitadas nesse primeiro momento, com a redistribuição da demanda".
A Rússia é um importante mercado para a suinocultura catarinense. De janeiro a novembro de 2017, de toda carne suína exportada por Santa Catarina, 36,9% foram para a Rússia - 102 milhões de toneladas. "Esse é um fato extremamente relevante para Santa Catarina, importantíssimo porque o estado é o maior produtor de suínos do Brasil, e a Rússia já foi, por muitos anos, o mercado mais importante para nossas exportações de carne suína. A reabertura do mercado, mesmo que parcial, anima a cadeia produtiva, os produtores e as agroindústrias", ressalta o secretário Airton Spies.
Há onze meses sem exportar para o país, Santa Catarina buscou outros mercados e segue com crescimento nas vendas internacionais de carne suína. "Nós exportamos boa parte da nossa produção e a China, de certa forma, compensou o cancelamento dos embarques para a Rússia. Mas a reabertura do mercado russo será uma notícia muito comemorada no estado. Por enquanto são quatro plantas habilitadas, mas a expectativa é de que a Rússia retome as importações normalmente", afirma.
De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), desde o embargo imposto em novembro do ano passado, a Rússia deixou de importar do Brasil o equivalente a 230,4 mil toneladas - em torno de 40% de tudo o que o país teria exportado no período, tomando como referência as exportações realizadas entre janeiro a outubro de 2017.
Embargo
Desde novembro de 2017, estão suspensos os embarques de carne suína produzida no Brasil para a Rússia, devido à presença de ractopamina em produtos de origem animal de plantas frigoríficas brasileiras.
O uso de ractopamina é permitido no Brasil e nos Estados Unidos, porém proibido na Europa e na Ásia. Para evitar qualquer tipo de contaminação, o Brasil utiliza o sistema de segregação de suínos para exportação de carne para a Rússia e Japão, por exemplo. Ou seja, os suínos recebem outro tipo de ração e são criados em outros locais, não tendo contato com os animais que serão destinados para mercados que permitem o uso da substância.
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