O grupo que se apresenta como Frente Nacional de Lutas Campo e Cidade (FNL) reivindica invasões de nove propriedades rurais — sendo oito fazendas — espalhadas por três estados: São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. O movimento teve início no último sábado (18).
Por meio das redes sociais, a FNL divulgou fotos e vídeos das invasões. Segundo o grupo, as ações ocorrem com o objetivo de proporcionar “terra, trabalho, moradia e educação”. Ainda de acordo com a frente, os alvos foram locais que já teriam sido reconhecidos como públicos pela Justiça, mas que permaneceriam “abandonadas sem cumprir seu uso social”.
Até o momento, uma propriedade rural foi alvo em Mato Grosso do Sul e outra no Paraná. Além disso, sete fazendas foram invadidas no interior paulista. Situação que valida o temor previamente propagado pela Federação Nacional de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp). Em nota, a entidade relatou que passaria a monitorar possíveis invasões na região do Pontal do Paranapema, no extremo sudoeste do estado.
“Vamos continuar atentos aos movimentos e notificar rapidamente qualquer suspeita à Polícia Militar ou mesmo ao Sindicato Rural e à Federação de Agricultura”, afirmou a federação. “Vamos juntos e com o apoio do Governo de SP proteger quem produz e garante a segurança alimentar”, prosseguiu a equipe de comunicação da Faesp.
Até o momento, segundo divulgações da própria FNL, as propriedades rurais invadidas foram as seguintes:
- Mato Grosso do Sul
Fazenda Fernanda — Japorã.
- Paraná
Terreno da extinta Polar — Ponta Grossa.
- São Paulo
Fazenda Floresta — Marabá Paulista.
Fazenda São João — Marabá Paulista.
Fazenda São Lourenço — Rosana.
Fazenda São Domingos — Sandovalina.
Fazenda Santana — Planalto do Sul (distrito do município de Teodoro Sampaio).
Fazenda Santa Rosa — Mirante do Paranapanema.
Fazenda Santo Antônio — Presidente Epitácio
Invasões de fazendas, terreno e prédio residencia
Fora as oito fazendas espalhadas por São Paulo e Mato Grosso do Sul e um terreno no Paraná, a FNL assume a autoria da invasão de um prédio em Sorocaba, no interior paulista. Pelas fotos divulgadas nas redes sociais, é possível que as obras do empreendimento não foram concluídas. O grupo alega que o espaço estava abandonado havia seis anos.
Ainda segundo a própria FNL, os integrantes do movimento foram alvo de disparos de tiro. Contudo, não há relatos de feridos. Em relação específica à invasão do terreno em Ponta Grossa, a frente avisa que alguns membros foram detidos, mas liberados posteriormente pela polícia. “Bem feito”, afirmou a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) ao comentar a postagem sobre as prisões dos manifestantes.
Fundação Itesp prega diálogo
Em nota divulgada no domingo (19), a Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) afirma que sempre esteve aberta ao diálogo referente a questões envolvendo temas relacionados à reforma agrária e alega estar acompanhando a situação promovida pela FNL.
“A Fundação Itesp tem acompanhado as invasões junto ao seu núcleo especializado em mediação de conflitos e a Secretária de Segurança Pública do Estado de São Paulo”, destaca o órgão em comunicado assinado pela diretoria-executiva.
“Válido destacar que o órgão sempre esteve aberto ao diálogo e esclarecimento do andamento de suas atividades, não existindo justificativas plausíveis para a prática de atos conflituosos”, reforça a entidade vinculada à Secretaria da Justiça e Cidadania. “Por fim, destaca-se que a Fundação Itesp prima pela legalidade, não compactuando com atos que violem as normas vigentes e ocasionem animosidades.”
Fontes: Faesp, FNL e Fundação Itesp.
Deixe seu comentário