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Candidato ao governo do Estado pelo PSL rejeita a ideia de Estado opressor e defende o candidato à presidência da República de seu partido, Jair Bolsonaro: Eu o entendo.
Carlos Moisés da Silva, o comandante Moisés, é coronel da reserva do Corpo de Bombeiros Militares de Santa Catarina, corporação pela qual atuou durante alguns anos no Sul do Estado. É advogado e pela primeira vez concorre a um cargo público eletivo.
Conhecendo o setor por dentro, qual a sua maior preocupação com a área de segurança pública?
O número de homicídios crescendo, e não só de homicídios, e também a capacidade do Estado de apurar essa atividade criminosa e chegar ao resultado, para que a Justiça aconteça, de fato, no final. A segurança pública vai ter que ser vista sempre com temas transversais. Poderíamos começar a falar aqui de educação relacionada à segurança pública, por exemplo. Nossa preocupação é que o Estado precisa se remodelar para que o crime organizado não seja mais organizado que o próprio Estado. Quando nós temos, por exemplo, um sistema prisional que, ao invés de proporcionar uma recuperação, possibilita que o apenado consiga se reunir, conversar, trocar informações e comandar um sistema organizado de dentro do próprio sistema, isso acende uma luz sobre a ineficiência do Estado. Não só nessa área, como também na inclusão, acesso à educação, bolsões de pobreza, mobilidade urbana. Tudo isso cria um ambiente favorável para que o crime se organize ainda mais. Não dá para ver segurança pública como um viés separado.
Quais são as suas propostas para o setor?
Não se pode fazer Segurança Pública sem investimentos. Eu não posso trazer pessoas cansadas, servidores que já trabalharam 30, 40 anos na atividade policial, que é a mais desgastante, para que eles sejam a base da segurança. Nós temos que trabalhar com a força jovem, policiais saudáveis, motivados e também com a polícia de proximidade. Nos preocupa muito, falando de presídios, a capacidade do Estado de realmente promover essa socialização e fazer que durante o período em que o interno esteja ali, cumprindo a sua pena, ele consiga desenvolver habilidades para que quando ele saia consiga se encaixar na sociedade. Para isso, não tem outro caminho senão estudar e trabalhar. Sabemos que o nosso sistema não tem condições para fazer isso, e que hoje o faz minimamente.
Como pretende pôr em prática essas propostas?
Para a gente atender os efetivos, melhorar o sistema prisional, investir em educação, em mobilidade, acessibilidade, enfim, é preciso enxugar o Estado e investir em parcerias privadas. Eu penso que uma bandeira que nós temos que levantar, quando eu falo de segurança pública, é combater a corrupção dentro do próprio Estado. A corrupção se apresenta em vários vieses. Para mim, é uma forma de corrupção você ter grandes blocos partidários, coligações, e depois que você assume o governo tem que criar secretarias para acomodar essas pessoas todas. O Estado não se presta a essa atividade. Ele até deve gerar emprego, mas não nele mesmo e sim ser um fomentador da iniciativa privada, fomentar a economia solidária, o cooperativismo, favorecer o produtor artesanal, o microempreendedor. Resumindo, gerar riqueza e renda com as pessoas de fora das estruturas de governo. Penso que na questão de diminuição dos custos do Estado, as secretarias regionais (ADRs) podem ser extintas, junto com a maior parte dos cargos comissionados, deixando apenas os necessários.
Quais as diferenças e as semelhanças entre a candidatura Moisés e a candidatura Bolsonaro?
São muitas falas, e eu tenho certeza que ele não conseguiu abordar todas as minhas e nem eu todas as deles. Nesse caso, eu falo de coisas que são muito óbvias, que fazem até parte do senso comum. Se você sentar com o Bolsonaro ele vai concordar. A questão é que ele tem levantado algumas bandeiras que são do clamor social, e que nós também concordamos. Como por exemplo, quando as pessoas dizem que violência não se combate com violência, depende. A ideia é que o Estado seja o único detentor da violência e a use só quando for necessário, criando um aparato que toda a sociedade fará uso no dia a dia. Então, levantar bandeira de que o Estado é opressor confunde muito as pessoas. Eu entendo perfeitamente o sentimento do candidato Bolsonaro de que as coisas estão invertidas. O policial não tem uma retaguarda para trabalhar, tem que ser alvejado primeiro para depois reagir. Isso não funciona em nenhum país desenvolvido do mundo. É preciso que a sociedade entenda que o policial é um amigo que está ali para fazer prevalecer o seu direito de cidadão. Essa é a visão que nós temos que ter dos aparatos do Estado.
O que diferencia as candidaturas majoritárias do PSL frente aos demais partidos?
Os principais diferenciais são o fato de não estarmos coligados com nenhuma outra sigla e de não estarmos usando recursos do fundo partidário. Também temos pouco tempo de TV e rádio na comparação com as siglas mais antigas e tradicionais do Estado. Eu, como candidato ao governo, só tenho sete segundos. Isso mostra que o sistema tem sido feito para quem já está dentro dele. Falta isonomia.
Ainda assim o senhor acredita que pode ter sucesso na campanha?
Temos algo muito importante do nosso lado que nos faz acreditar, sim, em uma vitória. Nossa vantagem é ter o sentimento da população pela renovação e pela mudança, não só de pessoas, mas de projetos, comportamentos e atitudes. A vontade é de mudar o Brasil todo. Temos recebido apoio e manifestações voluntárias das pessoas. E isso a gente não observa nas outras candidaturas. Essa é uma marca do Jair Bolsonaro que se repete aqui. Quem vota no Bolsonaro, vota no time dele.
Mas as pesquisas mostram que há uma diferença grande entre os seus índices, baixos, e os dele, quase isolado na frente...
Só no dia 7 de outubro teremos a real percepção. Nós saímos de 1%, em alguns dias chegamos aos 5%. E hoje nós já temos pesquisas que indicam um patamar bem mais alto. Nós estamos diante de uma população ainda muito indecisa sobre em quem votar. Vamos conquistar esses votos.
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