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Canil é investigado por maus-tratos a 87 cães
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Aline Suppo/ONG Focinho Abandonado - Brahma está com infecção e segue em estado grave.
Polícia Civil instaurou inquérito para apurar se há irregularidades no canil. ONGs demoraram três dias para retirar animais e um está em estado grave
O canil Bocainas Border de Campinas (SP), especializado na raça border collie, será investigado por maus-tratos de animais segundo confirmou a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Três ONGs da cidade retiraram 87 cães do local em uma ação que começou na sexta-feira (12) e levou três dias para acabar. Uma fêmea está em estado internada em grave e permanece em uma clínica. Outros cinco cães tiveram alta nesta terça-feira (16). O proprietário do canil diz que vai entrar com uma ação para requerer os animais de volta.
Após uma denúncia anônima, as ONGs 'Focinho Abandonado', 'Anjos da Rua' e 'Amor de Bicho' de Campinas se uniram para retirar os cães do canil localizado no distrito de Joaquim Egídio. Após o registro de um boletim de ocorrência no 12º DP e com o apoio da Guarda Municipal da cidade, as ONGs entraram no local com o consentimento do caseiro do local."Era sujo, tinha mosca, papel picado, visualmente a situação do local chocou todo mundo. O cheiro era fortíssimo e cães estavam visivelmente estressados. Eles ficavam em meio a fezes e urina", disse Aline Suppo de Oliveira, uma das gestoras da ONG 'Focinho Abandonado'.
"Todos vieram com carrapato, pulga e verme. Ao todo nós internamos seis animais e uma vai permanecer internada e está em estado grave. Ela está com uma infecção que não sabemos de onde vem, está pesando 7 quilos e deveria ter 15 quilos, e não sabemos se ela vai sobreviver", disse Aline que confirmou que outros oito animais tem problemas de fígado.
Uma border está pesando 7 quilos e deveria ter 15 quilos, e não sabemos se ela vai sobreviver"
Aline Suppo Oliveira, ONG Focinho Abandonado
O proprietário confirma que tem um número elevado de animais, mas não tinha o conhecimento dos animais doentes. "Realmente não sabia que tinham cinco cães com diarreia e fiquei extremamente chateado. Se eu soubesse, mesmo estando em São Paulo, teria mandado um veterinário lá para socorrer. Tenho que diminuir meus bichos mesmo, mas os outros todos normais", disse o proprietário do canil Candido Coelho.
A ONG vai entrar com uma ação contra o proprietário do canil. "Vamos fazer um catálogo com foto, laudo veterinário de cada um e exame anexo e entrar com uma ação contra ele, antes que ele entre com uma ação contra a gente. Até agora a gente não teve nenhuma informação do responsável", disse Aline Suppo.
"Sem dúvida eu vou tomar alguma ação judicial, este é um sonho que eu construí desde que eu nasci, desde que conheci os border collies em 1996. Esta é minha paixão", disse o proprietário que já planeja doar alguns animais após castrá-los.
Este é um sonho que eu construí desde que conheci os border collies em 1996. Esta é minha paixão"
Candido Coelho, proprietário do canil
"Gosto da genética, sou apaixonado pelos cães. Uma coisa eu concordo, eu tenho mais cães do que eu deveria ter e acho que exagerei no número. Vou pedir os animais de volta, vou castrar e doar alguns como já fiz em dezembro e janeiro. Vou ficar com pelos menos 25 cães", disse Candido.
A Guarda Municipal de Campinas informou em nota que foi acionada para acompanhar a denúncia. "No local, diversas espécies foram encontradas, sendo que as condições foram analisadas tecnicamente por uma médica veterinária (...). Importante ressaltar que a entrada dos voluntários no espaço foi autorizada pelo zelador do local", disse a GM em nota.
SSP confirma inquérito
Em nota a Polícia Civil confirmou a investigação do caso. Além dos cachorros, no boletim registrado ainda são citados outros animais como 300 ovelhas e 50 minipôneis. "A SSP informa que foi instaurado inquérito policial no 12º DP de Campinas para investigar o crime de maus-tratos a animais. O local foi periciado e foram colhidos depoimento de envolvidos no caso. Os animais estão sob a proteção de ONGs da área. Se a tutela desses animais for solicitada durante o inquérito, a decisão caberá à Justiça", disse a Secretaria de Segurança Pública.
A perícia para confirmar os maus-tratos tem o prazo de 30 dias para ficar pronta e deve ser anexada no inquérito policial aberto no 12º DP.
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