As coisas não podem perder o seu sentido de ser! Nem as pessoas. Estamos nos aproximando do final de ano e vamos passar pelo Natal de nosso Senhor Jesus Cristo. Todo ano nos dirigimos para o mês de dezembro como o mês da esperança e das mudanças possíveis. Acreditamos nas mudanças: o tempo muda, as coisas mudam e as pessoas também mudam. 
Por conta de tudo o que estamos vivendo, o tempo vai muito de pressa e tudo passa pela vida sem às vezes ocupar o verdadeiro espaço ou ter o verdadeiro sentido. Se tivéssemos a oportunidade de dar significado ao tempo que por nós passa, certamente teríamos muito mais a colher das experiências que vivemos. Teríamos, quem sabe, menos preocupações com nossas atividades diárias, menos frustrações nas relações de amizade e também nos relacionamentos amorosos. Teríamos outra maneira de conviver em família e com os parentes próximos. Entenderíamos nossos adversários e até aqueles que não nos fazem bem. 
Quando damos o verdadeiro sentido às coisas elas têm um retorno bem melhor, porque o sentido que elas terão em nossas vidas será essencial para nossa boa convivência e para a harmonia em tudo o que cada um realizar. O importante de tudo o que passa por nós é o significado que atribuímos. E geralmente, quando não vai bem é porque não tem o significado que gostaríamos que tivesse. Sendo assim, deveríamos aproveitar este finalzinho de ano para ressignificar a nossa vida. Refletir no que fizemos durante este tempo vivido e se perguntar, por que algumas coisas não deram certo? O que faltou para que as coisas entrassem nos eixos? 
O segredo é o significado que atribuímos ao que está em nossa volta. Começamos no relacionamento pessoal, a forma como nos vemos e nos tratamos e como verdadeiramente somos para os outros; outro ponto importante é a nossa relação com Deus, apesar de herdarmos uma cultura hedonista e individualista em relação à fé, a Deus e a religiosidade, ainda precisamos ressignificar o nosso culto, o nosso rito e a nossa vida em fraternidade. A religiosidade sempre foi coletiva e comunitária; a dimensão social é outro fator importante, como anda as nossas amizades - são verdadeiramente significativas ou só queremos 'pessoas-instrumentos', só queremos relações utilitaristas e funcionais, tendo em vista que o ser humano só é pessoa em relação com outro ser humano. Não dá para ser pessoa sozinha e isolada; e por último, é a nossa relação amigável com o meio ambiente, a nossa casa comum - o mundo onde habitamos pede ajuda e qual é o significado que damos para este presente divino? Existe um cuidado nos bens de consumo, no material, principalmente em relação ao descartável?
Ressignificar é diferente de reutilizar ou atualizar. É dar grau de importância mais efetivo em tudo o que nos envolve e estão conosco. Até a vida precisa constantemente de novos significados, pois a mesma é dinâmica em um mundo que muda instantaneamente. O segredo é dar sempre novos significados.