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Deputado Peninha critica impeachment de Moisés e Daniela
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- Por: Upiara Boschi - NSC Total
Enquanto a bancada estadual do MDB sinaliza que deve votar a favor da abertura do processo de impeachment do governador Carlos Moisés (PSL) e da vice-governadora Daniela Reinehr (sem partido), uma importante liderança emedebista decidiu se manifestar publicamente contra a deposição da dupla. Bolsonarista de primeira hora, o deputado federal Rogério Peninha assina nota em que critica o processo em andamento na Assembleia Legislativa e diz que ambos são "puramente por motivação política".
Segundo Peninha, o impeachment é um instrumeto que deve ser utilizado em casos extremos e que Moisés "tem se mostrado um homem íntegro, seja no decorrer de sua carreira militar, seja no Centro Administrativo" e que se pode dizer o mesmo sobre Daniela. Ele critica os fundamentos dos dois processos de impeachment em andamento no parlamento. Sobre a equiparação salarial dos procuradores, diz que foi cumprida decisão. Em relação à compra dos 200 respiradores fantasmas por R$ 33 milhões, afirmou que "houve um equívoco na decisão de pagar antecipadamente, mas que aconteceu de forma semelhante em 24 estados da federação".
Na nota, Peninha diz que se fosse deputado estadual - esteve na Alesc por três mandatos - votaria contra os processos. Defendeu, também, que a decisão da bancada do MDB na Alesc deveria ser compartilhada com executiva estadual do partido. Até agora, os deputados estaduais refutaram qualquer tentativa de interferência de dirigentes e ex-governadores - estes, procurados por Moisés para ajudar a sensibilizar os parlamentares.
Peninha foi uma das primeiras lideranças com mandato a aderir à campanha de Jair Bolsonaro à presidência da República, sendo responsável por trazer o então deputado federal para palestras no Estado em 2017. Mesmo assim, optou por permanecer no MDB e foi reeleito deputado federal em 2018.
Leia a íntegra da nota de Peninha:
Por que sou contra o impeachment do governador Moisés e da vice Daniela
Primeiro, porque os dois processos são puramente por motivação política. Pode-se acusar o governador de tudo, menos de desonesto. Tem se mostrado um homem íntegro, seja no decorrer de sua carreira militar, seja no Centro Administrativo. E podemos dizer o mesmo de sua vice Daniela.
Em relação ao aumento dos procuradores, ele nada mais fez do que cumprir decisão judicial - ato referendado pelo Ministério Público e também pelo Tribunal de Contas. A inclusão da vice, então, é uma "forçação de barra" jamais vista na história política de Santa Catarina.
Em relação aos respiradores, é verdade, houve um equívoco na decisão de pagar antecipadamente, mas que aconteceu de forma semelhante em 24 estados da Federação. São o caso de São Paulo, Pará, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e estados do Nordeste. No afã de salvar vidas, houve uma precipitação grande de muitos governos estaduais e municipais. Inclusive empresas privadas, como é o caso da INTELBRAS, também foram lesadas nestas transações.
Outro ponto importante: seria agora, em meio a uma pandemia, o momento adequado para enfrentarmos uma crise política sem precedentes na nossa história? Não vejo mobilização da sociedade catarinense pelo afastamento do governador e da vice.
Respeito a decisão e a autonomia dos legisladores, mas, caso eu fosse deputado estadual, não votaria pelo afastamento do governador. Uso, inclusive, uma lição que aprendi com o ex-governador Luiz Henrique: "Brigue com todo mundo, mas nunca brigue com a tua consciência." Neste caso, acho difícil que a consciência de qualquer deputado lhe diga que o governador é corrupto e deva ser afastado.
Aliás, a decisão é tão importante, que no caso dos deputados do MDB, deveria ser discutida e compartilhada com a Executiva do partido. Por fim, duvido também que a Justiça referende, caso venha a acontecer, a deliberação política pelo afastamento.
O impeachment é um instrumento que deve ser usado em casos extremos. Banalizar este mecanismo é imprudente e temerário. Um caminho sem volta que precisamos evitar.
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