Você pode até gostar de cachoeiras, mas não vai chegar perto de Alfredo Milach Filho. Morador da localidade de Rio Itajaí, Santa Terezinha, ele aceitou falar com a nossa equipe de reportagens a respeito dessa paixão que nasceu com ele. Os registros feitos desses locais foram feitos desde a época da câmera analógica (com filme), passando pelas máquinas digitais, chegando até a praticidade das imagens pelo smartphone. As fotos começaram a ser feitas por ele no ano de 2008 e são feitas até hoje e algumas delas foram enviadas com exclusividade ao Jornal A Tribuna do Vale.

Por mais que tenha preferência pelas quedas d'água, Milach aproveita as viagens e também fotografa animais (Já registrou desde bugio até veado), pedras exóticas, árvores diferentes e flores. Registra tudo o que acha bonito.

Ele não consegue precisar a quantidade de cachoeiras visitadas, mas garante que são mais de duzentos lugares visitados. Ele diz que cada visita, guarda alguma peculiaridade que vão desde o formato das pedras, até a queda d'água. "Eu teria que fazer um levantamento das minhas fotos. Mas com as cachoeiras pequenas, chega perto de 300" conta ele.


As mais belas

Dentre tantas, é difícil escolher o cartão postal que mais lhe chamou a atenção. Mesmo assim, Alfredo arrisca alguns locais. "No Salto do Lageado em Bley Pombas (Santa Terezinha) é o Salto mais bonito da cidade. Mas tem o do Rio das Pombas, do Colorado e para os lados de Pinheiro Torto que são muito bonitas. Conheço quase todas da cidade, mas ainda falta visitar algumas" relata o terezinhense.

Em um dia, ele saiu de casa de madrugada e voltou a noite. Com a sua moto, visitou algumas das belas paisagens aquáticas da cidade de Presidente Getúlio, rota que ele também recomenda. Rio dos Cedros, Doutor Pedrinho e Corupá são outras cidades que possuem belas cachoeiras.

"Em Vitor Meireles tem a cachoeira da Serra do Forno que me disseram que dá 98 metros de queda. É muito bonita. Mas precisa andar no mato. Já fui e voltarei lá" conta ele.


Perigo

Recentemente, ganhou as manchetes o caso de uma médica que estava em uma cachoeira em Cuiabá e foi picada por uma cobra. Por mais que existam esses casos isolados, Alfredo afirma que nunca teve grandes problemas de se machucar em algum dos locais. "Uma vez machuquei o joelho, pois trombei em uma pedra e dói até hoje. Fui andar em uma pedra muito lisa e isso acabou acontecendo.

Porém, em uma visita a Corupá, foi pegar água em uma queda d'água e tinha uma jararaca enrolada em uma pedra bem perto dele. Por sorte, a cobra não deu o bote.


Recomendações

Alfredo afirma que visitar cachoeiras lhe faz muito bem e é um hobby que todos deveriam praticar. Além de conhecer locais novos, a beleza de cada uma das cachoeiras é ímpar. Alfredo afirma que um bom local para ser banhar fica na localidade da Varaneira, entre Rio do Campo e Santa Terezinha. "Ali é muito bom para tomar banho e não precisa caminhar tanto pelo mato. Esse local é bastante frequentado, até por conta disso. Essa do Salto do Lageado em Bley Pombas também é ótima, mas precisa caminhar por mais de um quilômetro para chegar. Além disso, a descida é bem íngreme. Tem um trecho de uns duzentos metros que é bem complicado. Tem que ir se segurando nos cipós, mas compensa, pois é muito lindo", diz ele.

Nas proximidades da sua residência, na localidade de Rio Itajaí em Santa Terezinha, existe a Cachoeira da Mina de Sal que fica perto de Itaiópolis. Uma peculiaridade é o gosto salgado da água, sendo similar ao mar. Além disso, no Rio da Serra (perto da ponte do Craveiro) onde tem uma caverna e é fácil de chegar, pois existe uma trilha. "Para fazer uma carninha, não tem lugar melhor", diz ele. Alfredo também recomenda a Cachoeira da Rio Verde em Rio do Campo, que recentemente recebeu melhorias. No Rio Itaiozinho (Santa Terezinha), próximo da hidrelétrica, é o local mais recomendado para levar crianças.

Mas não são só as cachoeiras de Rio do Campo e Santa Terezinha que chamam a atenção do especialista. Em Doutor Pedrinho também existem locais deslumbrantes para se visitar. As recomendações são as cachoeiras Véu da Noiva, Cachoeira do Paulista e Salto Donner.


"Bússola Humana"

A maior dificuldade para se banhar nesses lugares é a dificuldade em encontrá-las. Dificilmente existe sinalização para facilitar a chegada. Como geralmente as cachoeiras ficam em locais isolados do centro, muita gente desiste da aventura por medo de não conseguir chegar. Alfredo garante que já percorreu vários municípios, mas nunca se perdeu. "Na maioria das vezes, vou sozinho. Minha irmã já me acompanhou algumas vezes e meu irmão não gosta tanto disso. Pode até ser perigoso ir sem acompanhante, por isso, me cuido ainda mais para não me machucar" diz o cauteloso aventureiro que admite que não tem vergonha de perguntar, quando não tem certeza da precisão do local do seu destino.


Cuidados necessários

Quando precisa caminhar pelos matagais que precedem as belezas naturais, há a necessidade do uso de algum calçado. Porém, quando está nas cachoeiras, ele sente mais firmeza em caminhar descalço. Quem for se banhar, deve tomar muito cuidado com as pedras lisas e soltas.

"Uma vez levei um amigo descuidado que escorregou e caiu em uma pedra. Poderia ter se matado se tivesse batido a cabeça. Nem levei mais ele junto, pois precisa cuidar".

Outra recomendação é para quem quiser olhar ou fotografar no limite da queda da cachoeira. "Fui uma vez para Corupá onde existem quatorze cachoeiras seguidas, levei meu ex-cunhado. As placas indicam que não pode sair da trilha. Ele saiu, pisou em uma laje em cima da cachoeira e tinha umas folhas podres. Isso tem que cuidar muito, ainda mais porque a pedra estava molhada. Ele foi "cachoeira abaixo". Só não se matou, pois a queda era de seis ou sete metros, era calma e funda. Poderia ter se quebrado todo. O susto foi grande. Eu tenho um pouco de medo. Dificilmente vou no limite".