
Rio do Sul
Este acontecimento tem chamado a atenção e gerado mobilização em muitas escolas estaduais. Em Santa Terezinha, na EEB Padre João Kominek, pais, educadores, estudantes e membros dos conselhos expressam insatisfação e indignação diante da condução da escolha para a Gestão Escolar nas escolas de Santa Catarina.
Nos dias 03 e 04 de dezembro últimos, ocorreram as eleições para gestor escolar 2024-2027 em todas as escolas estaduais do território catarinense. De maneira inédita, o governo do estado passou a exigir que 50% de cada segmento (pais, alunos e professores) votassem para que a eleição fosse validada. Vale ressaltar que tal exigência não é aplicada nas eleições para cargos políticos, como prefeitos e vereadores, mas está sendo imposta para a eleição da gestão escolar neste ano.
Na EEB Pe João Kominek de Santa Terezinha, embora o atual diretor e único proponente à gestão escolar tenha obtido aprovação superior a 50% do total de eleitores, com 385 votos favoráveis, o segmento das famílias não atingiu os 50%. Apesar de 152 famílias terem comparecido à escola e votado, e o número de votos faltantes para atingir os 50% ter sido ínfimo, o fato pode levar o governador a indicar politicamente um novo diretor. Este, por sua vez, não apresentou um plano de gestão, não possui propostas para a melhoria do trabalho e não recebeu sequer um voto. Pode ser alguém de outra comunidade a assumir essa função, o que preocupa professores e estudantes, uma vez que o conhecimento da pessoa e do trabalho, bem como a confiança depositada no gestor, são fundamentais para o bom funcionamento e sucesso da escola.
Diante dessa incerteza, há uma grande mobilização da comunidade escolar, indignada com a possibilidade da escola passar a ser dirigida por alguém através de indicação política. Para garantir o respeito ao voto e ao direito de escolha, surgiram movimentos entre professores, estudantes, pais, conselho deliberativo e grêmio estudantil. O que está em jogo é a gestão democrática das escolas.
Um abaixo-assinado foi elaborado, reivindicando que a escolha da maioria seja respeitada. Esse movimento obteve grande adesão da comunidade escolar, contando com quase 300 assinaturas em menos de 24 horas. Segundo Giovana Aparecida Wilhelm, presidente do Grêmio Estudantil: "Houve uma eleição, na qual o candidato foi eleito, obteve mais de 50% dos votos em toda a comunidade escolar, mas mesmo assim, não valeu de nada devido a uma lei implantada pelo governador, tirando todo nosso direito de exercer a democracia."
Ana Júlia Martins, aluna do 9° ano e representante do CDE, destaca: "Hoje temos uma escola a nível particular, tanto em infraestrutura, como ensino e segurança. O estado tem que, no mínimo, reconhecer tudo o que o diretor Liberto fez. Não dá pra deixar qualquer pessoa entrar na diretoria e fazer o que bem entende. Qual seria a confiança em alguém dentro da nossa escola que nem conhecemos? Sem nem um plano de gestão e dedicação para estar como diretor? Até mesmo alguém que foi escolhido pelo estado apenas por interesses políticos e pessoais, isso é um desapreço com a nossa comunidade escolar."
Josimo Pfeifer, pai de estudante, enfatiza que o diretor Liberto fez um trabalho na escola que ninguém havia feito, e todos reconhecem isso. O presidente da APP, Valmir Custódio dos Santos, cobra que a votação do plano de gestão seja respeitada e "que o atual diretor possa dar continuidade como gestor pelo bom trabalho que está sendo feito por ele, que seja compreendido a quantidade de votos válidos."
O conselho deliberativo elaborou uma carta de reivindicação à Secretaria do Estado da Educação e à Coordenadoria Regional de Educação de Taió. Neste documento, reivindica-se o respeito aos 385 votos recebidos em favor da atual direção. Questionam a valorização do trabalho da comissão que trabalhou no processo de eleição, deixando seus afazeres particulares em segundo plano para escolher o gestor escolar. Ressaltam a importância do plano de gestão para estabelecer direções claras, promover melhorias contínuas, envolver a comunidade escolar e garantir que a escola funcione de maneira eficiente e eficaz em prol da educação e do desenvolvimento dos alunos.
Entendemos que aqueles que votaram "não" tiveram seu direito resguardado, assegurado e livre (isso é verdadeiramente democracia e liberdade individual). No entanto, a democracia também implica respeitar a decisão da maioria. Não aceitaremos retrocesso e a volta das indicações políticas para diretor. A COMUNIDADE ESCOLAR DO KOMINEK ESPERA POR RESPOSTAS.
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