SC registra marca de 22 prefeitos presos por suspeita de corrupção
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As prisões do prefeito Clézio Fortunato e do vice Jaime Antonio de Souza, de São João do Itaperiú, nesta segunda-feira (29), na 5ª fase da Operação Mensageiro, fizeram com que Santa Catarina chegasse ao marco de 22 prefeitos presos sob suspeita de corrupção.
A maioria dos prefeitos presos, eleitos para o mandato 2020/2024, está sendo investigada pela Operação Mensageiro, que apurou o superfaturamento de contratos de coleta de lixo, luz e água em Santa Catarina. O esquema é considerado o maior caso de corrupção na história do estado pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina).
A 5ª fase da Operação Mensageiro, deflagrada nesta segunda-feira, levou à prisão do prefeito e do vice de São João do Itaperiú. Ao todo, são 19 prefeitos presos — a contagem não inclui vices — apenas nesta operação.
Em outra investigação que apura o desvio de dinheiro em contratos de limpeza pública, o então prefeito de Ponte Alta do Norte, Ari Alves Wolinger (PL), foi preso em um hotel de Florianópolis em janeiro de 2024.
Também em janeiro deste ano, o ex-prefeito de Barra Velha, Douglas Elias da Costa, foi preso durante a Operação Travessia, que investiga crimes de corrupção e fraude em licitações.
Bela Vista do Toldo, no Norte de Santa Catarina, possui uma peculiaridade. O município teve dois prefeitos presos. Adelmo Alberti, alvo da Operação Mensageiro, foi eleito em 2020 e preso na quarta fase da Operação Et Pater Filium, em junho de 2021.
Alfredo Cezar Dreher, que era seu vice-prefeito, assumiu o cargo em substituição a Alberti, mas foi preso em abril de 2023 na Operação Mensageiro.
Dos 22 prefeitos presos, apenas quatro permanecem no cargo. Dos 18 ex-gestores, 13 renunciaram após a prisão, quatro tiveram o mandato cassado e um está afastado do cargo.
Lista de prefeitos presos em Santa Catarina
Clézio Fortunato, prefeito de São João do Itaperiú
Gustavo Cancellier, prefeito de Urussanga
Ari Alves Wolinger, ex-prefeito de Ponte Alta do Norte — Renunciou
Douglas Elias da Costa, ex-prefeito de Barra Velha — Mandato suspenso
Beto Passos, ex-prefeito de Canoinhas — Renunciou
Luiz Shimoguiri, ex-prefeito de Três Barras — Renunciou
Marlon Neuber, ex-prefeito de Itapoá — Renunciou
Armindo Sesar Tassi, ex-prefeito de Massaranduba — Renunciou
Luiz Carlos Tamanini, ex-prefeito de Corupá — Renunciou
Alfredo Cezar Dreher, ex-prefeito de Bela Vista do Toldo — Mandato extinto
Adelmo Alberti, ex-prefeito de Bela Vista do Toldo — Renunciou
Adriano Poffo, prefeito de Ibirama — Afastado do cargo
Antônio Ceron, prefeito de Lages
Deyvisonn da Silva de Souza, ex-prefeito de Pescaria Brava — Renunciou
Adilson Lisczkovski, ex-prefeito de Major Vieira — Perdeu o mandato
Felipe Voigt, ex-prefeito de Schroeder — Renunciou
Luis Antônio Chiodini, ex-prefeito de Guaramirim — Renunciou
Vicente Correa Costa, ex-prefeito de Capivari de Baixo — Renunciou
Joares Ponticelli, ex-prefeito de Tubarão — Renunciou
Patrick Corrêa, prefeito de Imaruí
Antônio Rodrigues, ex-prefeito de Balneário Barra do Sul — Perdeu o mandato
Luiz Henrique Saliba, ex-prefeito de Papanduva — Renunciou
O que dizem as defesas dos presos em São João do Itaperiú
O prefeito de São João do Itaperiú é filiado ao MDB e o vice ao PL. A prefeitura da cidade confirmou as prisões em nota, afirmando que "a administração municipal colaborou com os agentes na entrega de documentos e aparelhos eletrônicos".
A nota ainda menciona que "o prefeito Clézio José Fortunato declara estar tranquilo com a resolução do caso e disposto a colaborar nos próximos passos da investigação".
A equipe de reportagem do portal ND Mais buscou a defesa do prefeito Clézio Fortunato para um posicionamento sobre a prisão. "Não podemos nos manifestar pois não temos conhecimento dos autos, além de estar sob sigilo", declarou o advogado que representa o político. A defesa do vice-prefeito não foi encontrada até a publicação desta notícia.
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