O Protocolo Operacional Padrão para Atendimento Pré-Hospitalar (APH) direcionado a pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), implementado pelo Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC), completou um ano nesta quarta-feira (2). A iniciativa pioneira no Brasil já possibilitou 459 atendimentos desde sua adoção.

Desenvolvido em parceria com o Laboratório de Pesquisa em Autismo e Neurodesenvolvimento da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), o protocolo busca oferecer um atendimento mais sensível e adaptado às necessidades de crianças e adultos com TEA.

"Com o aumento da prevalência de pessoas com Transtorno do Espectro Autista, vimos que era necessário adequar o nosso Atendimento Pré-Hospitalar. O protocolo trouxe um atendimento mais sensível, mais adequado a esses pacientes e, com isso, além de melhorar a qualidade do nosso serviço, trouxe também mais segurança para os nossos bombeiros durante o atendimento", explica o tenente-coronel Henrique Piovezan da Silveira, presidente da Coordenadoria de Atendimento Pré-Hospitalar do CBMSC.


Atendimentos realizados

No primeiro ano de funcionamento, o protocolo permitiu a realização de 433 atendimentos pré-hospitalares, além de 16 ocorrências de busca, resgate e salvamento, nove ações preventivas, três apoios e duas classificações diversas. As principais situações atendidas foram:

  • - 66 casos de convulsão
  • - 58 quedas
  • - 43 desmaios
  • - 40 emergências psiquiátricas

Uma das principais medidas adotadas pelo protocolo é a adaptação do ambiente durante o atendimento para minimizar possíveis crises. Caso a central de operações identifique que o paciente é autista, a informação é repassada à equipe de socorro. Aproximadamente 500 metros antes da chegada ao local, as luzes e sirenes das viaturas são desligadas, reduzindo estímulos que possam causar estresse ao paciente.

Com os resultados obtidos, o modelo adotado em Santa Catarina pode servir de referência para outras instituições do país, ampliando o atendimento especializado e promovendo maior inclusão em emergências médicas.