O coronavírus deixa sequelas nos pacientes recuperados? Essa pergunta percorre as ruas e ganhou múltiplas interpretações diante do cenário da doença na região. Para responder ao questionamento, o Cruzeiro do Vale entrevistou um especialista em saúde, profissional que trabalha diretamente no enfrentamento ao Covid-19.

Doutor Ricardo Freitas, médico infectologista, esclarece que ainda não é possível afirmar a gravidade do coronavírus após o período de infecção. "Apesar de já sabermos muito a respeito da doença e estarmos há seis meses convivendo com a pandemia em nosso país, a resposta é incerta". A maior parte dos contaminados terá sintomas apenas durante a resolução do quadro.

O profissional destaca, porém, que algumas consequências da doença (como falta de ar, cansaço, perda do olfato e paladar e dores no corpo) podem persistir por até 60 dias após o término do isolamento de duas semanas. Nesses casos, a recomendação é de que o paciente seja acompanhado pela equipe médica do posto de saúde de seu bairro.

Freitas chama a atenção para casos graves que evoluem para lesões renais ou pulmonares. "Não existe forma de evitar a sequela. O mais importante é evitar o contágio do vírus. Ou seja, manter o distância, usar a máscara de proteção e lavar a mãos com frequência". Aos diagnosticados com a doença, é imprescindível respeitar o isolamento.


Acompanhamento

A Secretaria de Saúde de Gaspar presta assistência médica para todos os moradores da cidade que já foram acometidos pelo coronavírus. O trabalho se baseia na continuidade do acompanhamento aos pacientes que deixaram as unidades hospitalares ou se recuperam de problemas motores/respiratórios.

Esse atendimento acontece na Policlínica Municipal, onde há uma equipe multidisciplinar, que inclui fisioterapia respiratória em clínicas conveniadas com o município. No local, são prestados apoios nas áreas de angiologia, cardiologia, oftalmologia, neurologia e pediatria.