Os estudantes do ensino superior da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) decidiram aderir à greve dos servidores técnico-administrativos e dos professores nesta terça-feira (14). O movimento dos servidores começou em março e continua, com impactos no funcionamento dos serviços em toda a instituição, principalmente no campus da Trindade, em Florianópolis.

Os servidores técnicos estão paralisados desde o dia 11 de março, enquanto os educadores aderiram à mobilização na última terça-feira (7). De acordo com Jorge França, coordenador técnico de educação básica no Colégio de Aplicação, 100% do corpo técnico e 70% dos docentes estão mobilizados. Já no Núcleo de Desenvolvimento Infantil, a adesão foi completa. Cerca de 1 mil estudantes são afetados.

— Haverá manutenção de atividades na educação básica, em especial no Colégio de Aplicação, mas em regime excepcional, com alguns dias organizados para atividades daqueles docentes que optaram por não aderir à greve — disse em entrevista ao Bom Dia Santa Catarina.

Paralisação no ensino superior

Com a adesão do movimento pelo Sindicato dos Professores da Universidade Federal de Santa Catarina (Apufsc), as aulas de graduação e pós-graduação também sofrem impactos. No entanto, o levantamento sobre o número de profissionais do ensino superior que estão paralisados ainda não foi divulgado.

Na noite de terça-feira, em assembleia geral que reuniu técnicos administrativos, professores e o Diretório Central de Estudantes (DCE), ficou decidido que os alunos aderem à greve a fim de dar mais força ao movimento.

Novas mobilizações ainda devem ser planejadas e não há um prazo para que a paralisação termine. Os grevistas reivindicam reajuste salarial, reestruturação da carreira, recomposição orçamentária das universidades em geral e também melhores condições de trabalho.

No site de notícias da universidade, a Reitoria informa que tanto o Sindicato de Trabalhadores em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina (Sintufsc) quanto o Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina (Apufsc) mantêm comunicação sobre seus atos, chamadas para assembleias e outras informações voltadas ao cotidiano dos movimentos.

Governo Federal apresenta nova proposta

Nesta quarta-feira (15), o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) se reuniu, em Brasília, com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) para tratar das reivindicações da categoria, em greve nacional desde 15 de abril.

Na reunião, o governo federal apresentou uma nova proposta de reajuste salarial para os professores de universidades e institutos federais, com diferentes níveis de reajuste para a categoria.

A proposta, que seria a última oferta do governo segundo apurou O Globo, estipula um aumento de 13,6% até 2026 para docentes com salários mais altos. Já os que ganham menos receberiam um aumento de 31,2% até o fim do governo Lula. No entanto, nenhuma parte desse reajuste viria em 2024, o que não agradou os professores.

O Proifes-Federação, entidade à qual a Apufsc-Sindical é filiada, participou da reunião desta quarta-feira e explica que o governo manteve os índices de reajuste salarial de 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026. No entanto, acatou a contraproposta apresentada pela entidade, no último dia 30, de substituição das Classes A/D I e B/D II por uma Classe de Entrada, tornando a carreira mais atrativa.

Também foi acatada a contraproposta do Proifes, com 4,5% em 2025 e 5% em 2026. Levando em consideração o reajuste acumulado de 2023 a 2026, a base da carreira acumula um ganho de 43% e o professor titular 27,1%.

O Conselho Deliberativo do Proifes irá se reunir de maneira virtual na quinta-feira (16) para avaliação da proposta e apresentação da mesma para a base dos sindicatos federados. O governo marcou nova reunião para o próximo dia 27 já para a assinatura do acordo com as entidades que acatarem a proposta.