Djalma Moura, 62 anos, é o homem inquieto. Ganhou o apelido de "senhor do gelo" no ano passado, quando concluiu uma maratona no Polo Norte, depois de ter percorrido 42 quilômetros seis meses antes na Antártida. Na próxima quinta-feira, vai ganhar um novo chamamento: herói da resistência. Com outros 39 corredores vai participar da World Marathon Challenge, prova que consiste em sete maratonas em sete dias e por sete continentes. 

A jornada começa em um terreno familiar ao pernambucano de nascimento que mora há 37 anos em Florianópolis. Na Antártida ocorre a primeira das sete maratonas. Dia após dia, de etapa em etapa, ele vai passar por Cidade do Cabo (África do Sul), Perth (Austrália), Dubai (Emirados Árabes), Madri (Espanha), Santiago (Chile) e Miami (Estado Unidos). Uma volta ao mundo em sete dias, e um total de 294 quilômetros percorridos com as próprias pernas.

- A variação estimada é de 50 graus entre a maratona mais quente e a mais fria. Isso, por si só, já é um grande desgaste. Até porque não há possibilidade de se fazer uma boa recuperação. Quando não estarei correndo, estarei no voo para outro continente, o que causa o desgaste físico por causa da viagem - acrescenta Djalma.

A carreira de atleta do engenheiro de minas começou para valer em 2004, quando realizou o sonho de completar a Corrida de São Silvestre, que causava fascínio desde quando a prova era transmitida em preto e branco pela televisão. Desde então, nunca mais parou. Correu maratonas ao redor do mundo, foi o brasileiro mais velho a correr nas duas extremidades do globo, sobre a neve. A partir de quinta-feira, será o segundo brasileiro a encarar a World Marathon Challenge. O primeiro foi o administrador paranaense Marcelo Alves, que enfrentou a prova em 2015, quando tinha 39 anos.