Existem várias maneiras de se corresponder com alguém à distância. Telefone, fax, e-mail e rede social são algumas delas, mas o correio tradicional é ainda uma das mais usadas e também mais importantes.

Antes dele, rufar de tambores, sinal de fumaça ou pombo-correio. Frente à necessidade de se comunicar, dava-se um jeito. No ano de 3.000 A.C., mensageiros velozes corriam quilômetros para dar recados a governantes. Ao chegar, recitavam o texto da carta. Haja memória e pernas. Não é à toa que a palavra correio deriva do verbo correr, pessoas que levavam as notícias correndo.

Muito tempo se passou e já há muitos anos ele não precisa mais correr de forma rudimentar para entregar recados ou encomendas. Mas, faça chuva, faça sol, ele tem que aparecer, afinal quem nunca esperou ansioso em casa a chegada do mais tradicional portador de notícias, o carteiro.

No 'Dia do Carteiro', 25 de janeiro, o JATV conta a história de um carteiro que é bem conhecido dos leitores e que é apaixonado pela profissão.

Nestor Wairich, de 36 anos, é natural de Rio do Campo onde atua nos Correios. Há 15 anos na função, desde 2003, Nestor diz que para ele essa profissão é gratificante "Todos os dias são diferentes, mesmo com a mesma rotina. Gosto muito do que faço".

Para a realização eficiente das entregas, é feito um levantamento de percurso, explica Nestor. "Calcula-se o percurso, quantidade de objetos e de casas, a inclinação de ruas, modo de entrega, que pode ser em 'Z', onde vamos de um lado para o outro na rua, ou em 'U', quando vamos até o fim da rua e retornamos. São feitos muitos cálculos e quando foi feito em Rio do Campo, antes de eu trabalhar na cidade, eram de 23 a 28 Km diários", cita o carteiro.

Conforme Wairich, na época a quantidade de correspondências simples, como faturas, era muito grande. "Atualmente essa demanda diminuiu consideravelmente, no entanto, a quantidade de encomendas, devido às compras pela internet, aumentou bastante".

O conhecimento que Nestor tem da cidade o ajuda muito na agilidade "Nossa carga diária chega sempre a 11 horas. Faço na parte da tarde a entrega das encomendas, que é a parte mais exigente e temos um tempo hábil para entregar por ser um serviço expresso, e durante a manhã faço a entrega das faturas e cartas simples", conta. Dependendo da demanda, Nestor chega a fazer o percurso duas vezes ao dia totalizando, aproximadamente, 40 km diários.


Uma história emocionante vivida pelo carteiro

"Um casal estava há bastante tempo tentando ter um filho e não conseguia. Estavam desanimando e já tinham até esquecido. Certo dia, ela apareceu toda emocionada no correio e pediu para eu fazer um favor, para entregar uma caixinha com um sapatinho de bebê dentro para o marido dela. Chegar e entregar, como uma encomenda comum, como faço todos os dias no meu trabalho.

Fiz a entrega a ele e logo em seguida a esposa chegou. Ele abriu a caixinha e eu esperei um pouco para ver a reação. Acompanhei a emoção do casal. Sou pai também, tenho três filhos, na época tinha a minha filha mais velha e já sabia que o presente maior que Deus pode dar para um casal é um filho. Presenciei aquela situação, a felicidade daquele homem em receber uma ótima notícia e fazer parte dessa história foi um momento emocionante e inesquecível da minha profissão".