Sandro Lefczak de Santa Terezinha é caminhoneiro há cinco anos.

"Estou parado desde segunda-feira, dia 21 de maio, no trevo do Lençol em São Bento do Sul. Sou a favor da paralisação. Espero que leve o tempo necessário para resolver os problemas dos altos impostos não só sobre os combustíveis, mas de todos os produtos brasileiros. O resultado que espero é que o governo tome vergonha na cara e tenha uma atitude. Ou abaixa o preço dos impostos ou entrega para os militares assumirem o governo. É a primeira vez que participo de um movimento como esse e digo mais, não está sendo fácil ficar longe da família, mas isso é necessário para o bem de todos nós.

Gostaria de aproveitar a oportunidade e mandar um abraço para minha esposa Rosenilda e para meu filho, Vinicios, e dizer que estou com saudades".

Luciano Esmael Beninca, tem 45 anos, reside em Rio do Campo e exerce a profissão de caminhoneiro desde 1992, portanto, há 26 anos. 

"Alcancei a barreira no Posto Fazendeira, em Miracatu - SP, na terça-feira, dia 22, às 22h30min. Desde então me encontro parado no pátio do posto. Apoio a paralisação por conta do alto preço do diesel. Após o governo atender às reinvindicações, em parte, o protesto já tomou outro rumo. A manifestação está pedindo apoio à toda população, com uma possível intervenção militar, e acredito que ela vai mais alguns dias, porque o movimento está muito forte. 

Eu ainda não sei qual será o resultado de tudo isso, mas seja lá o que acontecer, que seja um resultado positivo para toda a população Brasileira. E para mim, principalmente para compensar todos esses dias aqui parado, longe das pessoas que a gente ama e do convívio familiar.

Na paralisação de 2009 eu já tinha ficado parado por 3 dias, só que fiquei em Curitiba sentido São Paulo, e dessa vez, estou em Miracatu sentido Curitiba. No entanto, ao contrário daquela vez, os caminhoneiros eram vistos com maus olhos, e agora não, o povo está junto conosco, estão apoiando o movimento, quem está sem moral dessa vez são os governantes.

O meu pai sempre foi caminhoneiro, e sempre exerci essa profissão. O que tenho a dizer é que é uma profissão que a gente se priva de muitas coisas: da família, trabalhamos muitas horas por dia, não temos férias, não temos domingo; espero que melhore para podermos ganhar dignamente nosso sustento. Quero que seja uma profissão que compense, porque no momento, trabalhamos por amor à profissão mesmo, pois como falamos na gíria da estrada "Corre diesel na veia". A gente gosta do que faz, se não fosse isso muitos caminhoneiros já teriam desistido, mas é por amor à profissão mesmo.

A família sabe da luta da gente, mas também conhece a paixão. Tenho muito apoio da família, e é o que nos faz continuar na estrada".