O Governo Federal deverá decidir na próxima terça-feira (15) se haverá a retomada do horário de verão em 2024. A decisão será tomada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante uma reunião técnica, conforme informações divulgadas pelo jornal O Globo. O encontro terá como objetivo avaliar a recomendação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que sugere a volta da medida como uma estratégia para aliviar o fornecimento de energia no país.

Caso o governo decida pela reimplementação do horário de verão, uma data para o início da medida também será definida. Segundo O Globo, o presidente Lula já sinalizou que, em caso de aprovação, o horário especial não será retomado antes do segundo turno das eleições municipais, previsto para ocorrer no dia 27 deste mês.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou que é necessário um prazo mínimo de 20 dias para implementar o horário de verão após a tomada da decisão. Silveira ressaltou que o período mais significativo para a aplicação da medida é entre 15 de outubro e 30 de novembro, quando os benefícios são mais expressivos. “O horário de verão, a importância maior dele é entre 15 de outubro e 30 de novembro. Não que ele não tenha relevância depois, mas a curva de importância dele vai diminuindo”, afirmou o ministro em entrevista ao jornal O Globo na semana passada.

O debate sobre a possível volta do horário de verão teve início em setembro deste ano, no contexto de uma crise hídrica que afeta grande parte do Brasil. De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), o país enfrenta a seca mais intensa dos últimos 74 anos, o que tem pressionado o sistema elétrico e levado o governo a reconsiderar a adoção de medidas que possam reduzir o consumo de energia.

O horário de verão foi abolido em 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). À época, Bolsonaro justificou a decisão com base em estudos que indicavam que a política não gerava mais a economia de energia prevista, tornando-se desnecessária.

Apesar das discussões em torno do retorno do horário de verão, fontes ligadas ao governo indicam que a decisão será estritamente técnica. Segundo informações da CNN, o presidente Lula estaria inclinado a adotar a medida apenas se os estudos apontarem uma necessidade real para o alívio do sistema elétrico. O ministro Alexandre Silveira reafirmou essa posição, dizendo que a medida só será retomada se for considerada imprescindível para o equilíbrio do fornecimento de energia. “Se não, vamos esperar o período hídrico, que começa agora em dezembro, e avaliar para o ano que vem”, completou o ministro.

A possível reintrodução do horário de verão é vista como uma tentativa de economizar energia em um momento crítico para o setor elétrico brasileiro. O ONS sugere que, ao adiantar uma hora nos relógios durante os meses de maior incidência solar, seria possível reduzir a demanda nos horários de pico, oferecendo uma folga para o sistema. Especialistas avaliam que a medida poderia trazer alívio temporário, mas destacam que a situação hidrológica do país exige uma série de ações coordenadas para garantir a segurança energética a longo prazo.

A confirmação sobre o retorno do horário de verão deve ocorrer após a reunião marcada para terça-feira, quando serão divulgadas mais informações sobre os próximos passos e a viabilidade da implementação da medida ainda neste ano.​