Caso é mais um desdobramento das investigações sobre milícias digitais e ataques à democracia

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para tornar réu Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes, acusado de vazar informações sigilosas e de atuar em articulação com grupos antidemocráticos.

O voto do ministro Flávio Dino acompanhou os de Alexandre de Moraes, relator do caso, e de Cristiano Zanin, formando placar de 3 a 0 até o momento. O julgamento segue em andamento no plenário virtual e depende agora da ministra Cármen Lúcia, que tem até a meia-noite da próxima sexta-feira (14) para registrar seu voto.

Possibilidade de suspensão do julgamento

Caso algum ministro solicite pedido de vista (mais tempo para analisar o processo) ou destaque (para levar a discussão ao plenário físico), o julgamento poderá ser suspenso e retomado posteriormente.

Entenda o caso Tagliaferro

De acordo com a Polícia Federal, Eduardo Tagliaferro teria repassado mensagens confidenciais à imprensa com o objetivo de gerar constrangimento político e favorecer grupos investigados nos inquéritos das fake news e das milícias digitais.

Em fevereiro de 2024, a PF indiciou o ex-assessor por violação de sigilo funcional, e em agosto do mesmo ano, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia ao STF. Antes disso, Tagliaferro chegou a fugir do país.

Com a aceitação da denúncia, ele será oficialmente citado no Brasil, mesmo estando preso na Itália, e poderá apresentar defesa preliminar, etapa em que o acusado tem a oportunidade de contestar as acusações ou questionar a legalidade do processo.

Quais crimes são atribuídos ao ex-assessor

Segundo a denúncia apresentada pela PGR, chefiada por Paulo Gonet, Tagliaferro responde por quatro crimes:


  • Violação de sigilo funcional
  • Coação no curso do processo
  • Obstrução de investigação envolvendo organização criminosa
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito

Na próxima fase do processo, o STF deverá conduzir a instrução criminal, com análise de provas, mensagens, documentos e depoimentos de testemunhas. Somente após essa etapa, o Tribunal decidirá se o acusado é culpado.

Mesmo em caso de condenação, Eduardo Tagliaferro ainda poderá recorrer dentro do próprio STF, questionando aspectos relacionados à extradição ou à condução do processo.

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Fonte: Poder 360° / ND Mais


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