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Tão fácil, tão difícil

Estava sentado numa cadeira do aeroporto de Guarulhos a espera de voo para Florianópolis, voltando da RedeTV. Uma multidão ao redor, gente chegando, gente partindo, gente olhando para os lados como se a se perguntar: o que estou fazendo aqui? De onde vim, para onde vou? Foi isso o que me passou pela cabeça. E também abri a porta para o pensamento existencial: - O que todos nós estamos fazendo neste fantasioso baile de máscaras que atende pelo nome de vida?
 
Baile de máscaras, sim; estamos mentindo aos outros e, pior que tudo, mentindo a nós mesmos. Vou repetir o que já disse aqui perdidas vezes: os gregos foram muito sábios ao dar ao nosso jeito de ser a palavra "persona", que significa máscara e que se alonga no substantivo feminino - personalidade, nossa máscara, nossa identidade externa de conviver com os outros. Não temos saída, vivemos mentindo aos outros e os outros a nós. É destino humano.
 
Sim, mas e o que dizer da razão que nos tira da cama todas as manhãs? Razão? Claro, razão. Sem razão não levantamos, não atravessamos a rua, não piscamos os olhos, não rodamos os polegares, tudo é feito por uma razão. E a razão fundamental, consciente ou instintiva do ser humano, é a felicidade, ser feliz.
Quantas pessoas você conhece, talvez você mesma, que vivem a dizer que se tivessem isso ou aquilo, ah, aí seriam felizes? Todos dizemos ou pensamos isso. E, todavia, chegado ao pote dos desejos, ao grande sonho, sobrevém-nos a desagradável frustração: me enganei, pensei que se eu tivesse isso ou aquilo seria feliz... E desse desatino humano, leitora, leitor, sobra apenas uma verdade: não precisamos de nada, de absolutamente nada para sermos felizes. Felicidade - e aqui a grande verdade - existe apenas na nossa imaginação. 
 
Quer dizer, para ser feliz basta que demos asas à imaginação, fechemos os olhos e mergulhemos nesse universo pantanoso da imaginação, universo que tanto nos pode levar ao céu como, mais costumeiramente, nos tem levado ao inferno. E queres saber de mais? Graças a Deus que é assim, que a felicidade não passa de uma ideia, de uma imaginação, não fosse assim, haveria as aristocracias da felicidade e os esgotos dos infelizes. Não é assim, qualquer um pode ser feliz, basta que imagine isso. Tão fácil, tão difícil...
 
 TEMPORÁRIOS
 
O mercado sinaliza que este ano poucos serão os contratados para empregos temporários, novembro, dezembro, janeiro... Razão? A crise. Os espertos, todavia, estão preparados, vão lutar por uma vaga e vão provar ao empregador que merecem ficar definitivos após o tempo de temporários... Pontualidade, roupas adequadas, educação, disponibilidade, boa vontade, tudo de prático e de engajamento, muito suor e vestindo a camisa... Bem provável que fiquem. Serão poucos. Os vadios, maioria, querem salário e trabalhar pouco. Não se queixem da "sorte", inúteis.
 
EMOÇÕES
 
É bom não esquecer que não basta um bom emprego ou bom salário para garantir felicidade. Do nosso trabalho precisamos tirar bem mais que o salário, temos que tirar o salário emocional. Temos que levar para casa e de casa para o trabalho o bem-estar, o sentir-se útil, importante, o prazer, feliz, enfim. De outro modo, trabalhar será mesmo maldição "divina"... E quem não pode? Os frouxos da vida, ou os vadios...
 
FALTA DIZER
 
Acabei de ouvir sobre o Prêmio Nobel. Cientistas "anônimos", gente que se enfurna num laboratório descobrindo fórmulas, remédios mágicos para curar pessoas pelo mundo todo e... E ganhando uma miséria perto desses ordinários do futebol mundial. Ordinários, frouxos, safados que tiram a perna da bola dividida e milionários. Nojo.
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Luis Carlos Prates