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Presidente do Instituto do Meio Ambiente de SC deixa um alerta
Ainda no mês de julho, especialmente no dia 17, é comemorado o 'Dia de Proteção às Florestas'. No Brasil, 87% da população vive em centros urbanos. O clima urbano difere consideravelmente do ambiente natural. As cidades distanciam-se cada vez mais da natureza utilizando materiais como ferro, aço, amianto, vidro, piche, entre outros.
Esses materiais geralmente são refletores e contribuem para a criação das ilhas ou bolsões de calor nas cidades. Em função disso, o clima é semelhante ao do deserto, quente e seco durante o dia e frio durante a noite. A impermeabilização dos solos causa grandes problemas também na medida que evitam ou impedem a infiltração da água, forçando-a para a calha dos rios, muitas vezes criando enchentes, já que os rios não conseguem absorver um volume tão grande de água num curto espaço de tempo.
O 'Dia de Preservação às Florestas' foi criado com o objetivo de conscientizar a população brasileira da necessidade de manter e recuperar as áreas verdes devastadas, principalmente por fatores não naturais (atividade humana), como especulação imobiliária, abertura de estradas e espaço para a agricultura.
Há várias maneiras de recomposição das áreas verdes. Isso pode acontecer tanto naturalmente, quando florestas vizinhas de áreas degradadas avançam sobre áreas abandonadas ou quando animais levam um fruto com semente para outro local e essa semente acaba germinando; ou por ação humana, como o replantio.
Alexandre Waltrick Rates é o presidente do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA). Waltrick respondeu algumas perguntas elaboradas pela equipe do JATV falando da importância da data, bem como do valor quanto à conscientização da população para coibir o desmatamento.
Alexandre tem 47 anos. É Bacharel em Direito, Licenciado em História. E ainda, Mestre em Ciência Jurídica e Mestre em Gestão Executiva.
JATV: Qual é o papel do IMA como órgão ambiental?
Alexandre: O IMA tem a missão de garantia da preservação dos recursos naturais de Santa Catarina. Em relação às florestas o órgão é o responsável pela regulação de supressão, de determinar a recomposição de áreas, de gerir unidades de conservação, entre outras ações que têm como objetivo a conservação do meio ambiente.
JATV: Na região do Alto Vale, mesmo com tantos programas de conscientização e educação ambiental, ainda acontecem muitos casos de desmatamentos e irregularidades no meio ambiente. O que diz a lei a respeito desses acontecimentos?
Alexandre: A lei é clara, esse tipo de ação é crime.
JATV: Como um cidadão deve proceder quando se deparar com alguém cometendo um crime ambiental?
Alexandre: Deve imediatamente fazer denúncia. Para o IMA, para a Polícia Militar Ambiental, para a Ouvidoria Geral do Estado. Todo cidadão é fiscal por natureza.
JATV: Depois de desmatada, uma área pode ser recuperada? Como?
Alexandre: Sim, pode ser recuperada. Por meio de projetos de recuperação de área degradada ou deixando a natureza quieta para agir e naturalmente voltar ao que era.
JATV: O IMA possui programas de conscientização de preservação das matas?
Alexandre: Sim. Programas de educação ambiental, de regularização fundiária, também estamos homologando o CAR (Cadastro Ambiental Rural), temos ainda convênio com os municípios para a elaboração dos Planos Municipais de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica. Enfim, são vários projetos para garantir a preservação.
JATV: Você acredita que a população está mais consciente quanto à importância das florestas ou não? Por quê?
Alexandre:Certamente está. Porque o meio ambiente hoje está inserido no dia a dia das pessoas. A sociedade começa a perceber a importância da convivência harmônica com a natureza e, finalmente, passa a entender o porquê tanto dependemos e precisamos do meio ambiente.
JATV: Quais são suas palavras à comunidade diante dos acontecimentos e sobre essa data?
Alexandre: Toda data simbólica se transforma em momento de reflexão. É importante que neste dia de forma especial a gente tenha consciência do nosso papel como membro do meio ambiente, entendendo que dele fazemos parte e não o contrário. Ao pensar assim, fica ainda mais claro o quanto é essencial preservarmos e cuidarmos deste meio ambiente que nos circunda e que é fundamental para a nossa existência.
Fonte de Pesquisa: Escola Técnica Dama
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