Bombeiros resgatam mulher após escorregar em encosta de 15 metros em Rio do Sul |
Caso mais crítico no Alto Vale é em Chapadão do Lageado, que está em situação de emergência com nível do rio próximo a zero
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Foto: Arquivo DAV - Imagem de estiagem de anos anteriores
Municípios de Santa Catarina encontram-se em regime hídrico extremo por conta da falta de chuva dos últimos meses. Entre os 12 municípios que mais tem sofrido com a estiagem estão alguns do Alto Vale, como Chapadão do Lageado em situação de emergência e Taió em situação de alerta.
Os meses de junho e julho foram marcados por pouca chuva no estado e agosto começou com o mesmo padrão, como foi previsto pelos meteorologistas da Epagri/Ciram. Devido à esta baixa ocorrência de chuvas significativas, algumas estações hidrológicas apresentam condições de estiagem. Em Santa Catarina, no total são 12 locais onde os níveis dos rios estão abaixo da vazão necessária e segundo o órgão, a situação mais crítica está nos municípios de Palhoça, Alfredo Wagner, Chapadão do Lageado, São João Batista, São Martinho, Passos Maia, Concórdia, Camboriú e Rio Negrinho.
Segundo o pesquisador de Hidrologia da Epagri/Ciram, Guilherme Miranda, esta estiagem também ocorreu nesta época do ano em 2017 e 2018. "Em junho deste ano no Alto Vale deveria ter caído a média de 97,8 milímetros, mas somente caiu 35. Em julho, era para ter chovido 108 milímetros e só choveu 44, o que repercute diretamente nos rios da região".
Ainda em relação à região, o pesquisador alertou para a situação de emergência em Chapadão do Lageado. "Na região de Chapadão do Lageado, o Rio Itajaí-Açú está com situação bastante preocupante, com valores próximos a zero. Na região de Taió, na Barragem Oeste, o nível está em 42 centímetros, com estado de alerta para estiagem. Os dados monitorados estão próximos a uma situação bastante crítica para a região".
O pesquisador de Hidrologia da Epagri/Ciram, José Luiz Rocha Oliveira, disse que as atividades que utilizam água nestas cidades podem começar a serem afetadas, como abastecimento de água, irrigação, dessedentação de animais, geração de energia elétrica, entre outras. "A agricultura, as indústrias, o abastecimento público, dependendo de como o rio está pode trazer falta de água. Como este é um período longo sem chuva, os meses de junho e julho foram abaixo da média, isso pode sim comprometer algumas atividades daqui para frente. Isso exige também o uso mais racional de água".
Ele explicou também, que para chegar a estes avisos específicos de situação de estiagem, são levadas em consideração várias medições dos níveis dos rios. "A gente tem um histórico de medições e quando chega em um nível muito baixo, que é uma situação que ocorre raramente, só 2% do tempo, é que consideramos de estiagem, porque há uma vasão muito baixa do rio. Tudo é feito baseado em históricos de medições, então são situações que a gente tem uma longa série de dados e vai fazendo ao longo do tempo essas avaliações".
Próximos dias têm previsão de pouca chuva
Nos próximos dias, até quarta-feira (14), duas frentes frias de fraca intensidade devem deslocar pelo Sul do Brasil, uma nos dias 9 e 10 e outra nos dias 13 e 14, provocando chuva mal distribuída novamente e com valores pouco significativos em SC, totalizando em média de 20 a 40 milímetros na passagem das duas frentes. Essa condição meteorológica deve agravar a estiagem.
Elisiane Maciel
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