As exportações catarinenses fecharam julho em US$ 1 bilhão, valor 10,5% menor que o registrado no mesmo mês do ano anterior. As exportações nacionais também registraram queda, mas em menor magnitude, -3,1%, conforme análise do Observatório FIESC divulgada na quarta-feira (9).
O resultado no estado está associado à diminuição no montante comercializado dos principais produtos da pauta exportadora. Dentre as dez mercadorias mais vendidas internacionalmente, sete registraram recuo na análise interanual.
Os produtos com as maiores quedas continuam sendo do setor de madeira e móveis, devido à redução no fornecimento para os EUA, seu principal parceiro comercial no período. Outro produto penalizado foram os motores elétricos, com vendas reduzidas tanto para os Estados Unidos, quanto para países da Europa.
Na avaliação do presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, o recuo nos embarques está relacionado ao enfraquecimento da atividade econômica de alguns dos principais clientes dos produtos vendidos por Santa Catarina. Ele lembra que Europa e Estados Unidos representam praticamente 30% das vendas internacionais catarinenses.
O segundo semestre do ano começou com queda na demanda de empréstimos empresariais e imobiliários, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos. Na União Europeia, esses valores atingiram baixa recorde, não observada desde 2003. "Esse enfraquecimento da procura por crédito se deve à política ativa de elevação das taxas de juros nessas regiões, sendo que seus efeitos estão se mostrando cada vez mais presentes na economia", avalia Marcelo Albuquerque, economista do Observatório FIESC.
Esses fatores levaram a uma diminuição na demanda dessas regiões. A exceção nesse cenário vai para os insumos da indústria automotiva, que tiveram alta nos embarques para a Europa. Isso se justifica pelos incentivos da União Europeia à produção de veículos elétricos.
Alta para mercados em desenvolvimento
Com o arrefecimento no crescimento econômico em países desenvolvidos, Santa Catarina vem ampliando suas vendas para economias em desenvolvimento.
Na análise interanual de julho, por exemplo, o estado passou de US$ 3 milhões para US$ 12 milhões o montante exportado para a Índia, com destaque para o aumento das vendas de sucata de ferro e óleo de soja.
Houve também o aumento das vendas de produtos de alta intensidade tecnológica para países da América Latina, como foi o caso de painéis de comando elétrico para a Argentina, transformadores elétricos para Bolívia e Chile e máquinas e aparelhos mecânicos para o Paraguai.
Outro destaque foram as vendas de carne suína, em decorrência ainda do aumento no número de abate de suínos nos frigoríficos catarinenses. O estado ampliou as vendas principalmente para Filipinas, Chile, Coreia do Sul e Vietnã.
Destinos das exportações de SC
Entre os principais parceiros comerciais de Santa Catarina no mês, os EUA assumiram a liderança. Apesar da queda de 13,6% no montante exportado na análise interanual, o estado ampliou as vendas de bens de consumo não duráveis, como os sucos de frutas e recipientes de papel. Em julho o país norte americano representou 17,1% do destino das vendas catarinenses, enquanto a China foi responsável por 14,1%.
Importações
Do ponto de vista das importações, Santa Catarina comprou em julho US$ 2,2 bilhões em mercadorias. Na comparação com o mesmo mês em 2022, houve queda de 11,2% no montante importado. O mesmo movimento foi observado na média nacional, que apresentou retração de 18,2% na mesma base de comparação.
Essa redução no valor das importações está relacionada à queda no preço internacional de várias commodities, com destaque para o cobre refinado, que custa 20,7% menos do que em março.
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