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Santa Catarina registrou crescimento acumulado do Produto Interno Bruto (PIB) de 5% nos quatro trimestres encerrados em março, segundo estimativa da equipe econômica da Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan). Apesar do cenário econômico difícil, com juros e inflação altos, o resultado superou o nacional para esse mesmo período, que cresceu 3,3%, conforme apurou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os setores que puxaram o desempenho de SC para cima foram os serviços, comércio e agropecuária, destaca o economista Paulo Zoldan, da Seplan, que é responsável pela apuração do PIB de SC. A produção industrial seguiu com desempenho negativo. Com economia diversificada, o Estado segue com resultados acima da média nacional desde 2016.
No período de 12 meses até março, a agropecuária cresceu 10,3%, com alta de 17,2% da agricultura e 2,3% da pecuária. O setor de serviços, que responde pela maior participação no PIB, cresceu 5,4% e o comércio, que também integra os serviços, teve alta 2,6% no período. Dos grandes setores, a única retração foi na indústria de transformação, que caiu 3,6% nos últimos 12 meses.
Outros indicadores que derivam ou impactam essas atividades mostraram resultados robustos nos últimos quatro trimestres. As exportações catarinenses somaram a cifra recorde de US$ 12,12 bilhões, 10,8% a mais que no mesmo período anterior. E as importações alcançaram US$ 29,3 bilhões, 13,9% mais que em igual período anterior.
Outro destaque foi o mercado de trabalho, que após registrar mais de 90 mil novas vagas em 2022, chegou a 55.675 até abril deste ano, o terceiro melhor resultado do país.
Nessa estimativa até março, a agropecuária respondeu por 6,3% do total do PIB (agricultura 3,2% e a pecuária 2%), a indústria total alcançou 27,3 (indústria de transformação 17%, construção civil 4,9% e serviços industriais de utilidade pública 5,06%) e os serviços em geral responderam por 66,4% do PIB (incluindo o comércio com 16,4%).
“Esse crescimento foi em grande medida influenciado pelo crescimento dos serviços, que tiveram alta de 10,4% no primeiro trimestre, na comparação com o mesmo trimestre de 2022, quase o dobro da média brasileira, de 5,8%“, observou Zoldan, destacando também que o varejo ampliado cresceu 7%, o dobro dos 3,3% do país.
O secretário de Estado de Planejamento, Edgard Usuy destaca que o PIB é um dos principais indicadores que embasam a análise da evolução/involução da atividade econômica. Assim, analisá-lo permite ter base técnica para as decisões de gestão pública. Para ele, o PIB acima da média nacional mostra que o Estado tem “saúde” na atividade econômica.
“Contudo, é sempre importante entendermos o que compõe um indicador. É no olhar detalhado que indentificamos os pontos que merecem atenção especial. A Secretaria do Planejamento tem esse objetivo: o de analisar tecnicamente os dados e as evidências e subsidiar o governador Jorginho Mello nas suas decisões, além de auxiliar as demais secretarias nas suas atividades. Santa Catarina vai bem e está no caminho certo, ainda assim há muito espaço para que continuemos avançando no desenvolvimento econômico, social e ambiental para que sejamos o melhor Estado para viver, trabalhar e investir“, destacou Edgard Usuy.
Embora o PIB do Brasil tenha subido acima do esperado no primeiro trimestre, 1,9%, e que Santa Catarina tenha avançado mais do que a média brasileira nos últimos 12 meses, é difícil estimar com tanta antecedência como será o desempenho da economia do Estado este ano.
Zoldan observa que a economia do Estado depende muito da nacional porque as empresas de SC vendem principalmente para o país. Para ele, a melhora do humor do mercado com a redução da inflação, proximidade do início da queda dos juros, aprovação do arcabouço fiscal e encaminhamento da reforma tributária melhoraram o humor do mercado, o que abre espaço para empresas investirem mais. Apesar disso, o PIB do país terá ritmo menor nos próximos trimestres porque não terá tanto impulso da agropecuária.
“Mesmo assim, acho que, mais uma vez, a economia catarinense, por conta desses fatos, vai continuar crescendo num patamar importante. Acho que poderemos crescer este ano muito próximo do desempenho brasileiro ou acima, com alta de 3% a 4% este ano“, estima Zoldan.
Após o PIB do Brasil crescer 1,9% no primeiro trimestre, mais instituições financeiras e empresas de análise econômica passaram a projetar alta do PIB próxima a 2% ou em torno de 2,5%. Com a forte diversificação econômica e os novos investimentos em quase todos os setores, a expectativa é de que SC seguirá crescendo mais do que a média brasileira.
Fonte: Estela Benetti / NSC Total
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