A partir de 10 de março, a Azul Linhas Aéreas suspenderá os voos para os aeroportos de Correia Pinto, na Serra Catarinense, e Jaguaruna, no Sul do estado. A medida, anunciada pela companhia aérea em menos de uma semana, é justificada por ajustes na oferta e demanda, além de questões operacionais e econômicas.
Em comunicado, a Azul explicou que a decisão se deve, entre outros fatores, aos desafios impostos pela crise global na cadeia de suprimentos, a alta do dólar e a disponibilidade de aeronaves para a manutenção. A empresa ressaltou que ajustes como este fazem parte de um processo contínuo de avaliação de suas operações e da demanda do mercado.
O aeroporto de Jaguaruna, localizado na região Sul de Santa Catarina, já havia sido utilizado como alternativa para voos à Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, após o fechamento temporário do Aeroporto Salgado Filho em 2024. A única rota diária da Azul para este terminal será suspensa com a nova medida. Já o Aeroporto Regional do Planalto Serrano, em Correia Pinto, também perderá os voos diários, impactando a mobilidade na Serra Catarinense.
A suspensão dos voos ocorre pouco depois de um anúncio similar, em 24 de janeiro, quando a Azul informou a interrupção de voos em 12 cidades brasileiras, incluindo Correia Pinto. A companhia aérea continuará com operações em outros aeroportos de Santa Catarina, como os de Florianópolis, Navegantes, Joinville e Chapecó.
Esforços do governo estadual para reverter a decisão
Após a divulgação da suspensão, o governo de Santa Catarina tentou interceder junto à empresa para reverter a decisão, especialmente no que se refere ao aeroporto de Correia Pinto. Em uma reunião realizada no início de janeiro, o governador Jorginho Mello e lideranças locais conversaram com representantes da Azul, incluindo o diretor de relações institucionais, César Grandolfo, que explicou que a falta de aeronaves e peças para manutenção, além da alta do dólar, foram fatores determinantes para a interrupção dos voos.
Apesar dos esforços do governo estadual, a Secretaria de Portos, Aeroportos e Ferrovias (SPAF) reconheceu que a decisão da Azul é de caráter privado e que não há medidas legais para penalizar a companhia. Em nota, o secretário Beto Martins lamentou a decisão e afirmou que o governo seguirá buscando alternativas para minimizar o impacto na região, incluindo a possibilidade de negociar com outras empresas aéreas.
"Infelizmente, não temos como penalizar a Azul, mas iremos buscar todas as alternativas para amenizar esta grande perda para a Região Serrana. A Secretaria de Portos, Aeroportos e Ferrovias continuará avaliando e tratando o tema com a máxima prioridade", disse o secretário Martins.
Uma nova reunião foi agendada para tratar do assunto, com a expectativa de que o governo estadual também estabeleça contatos com outras empresas aéreas para possibilitar a continuidade dos serviços na região.
Até o momento, a decisão de suspensão dos voos permanece confirmada pela companhia, e as autoridades locais continuam a buscar soluções para mitigar os efeitos da medida na mobilidade da população de Santa Catarina.
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