A edição impressa do Jornal A Tribuna do Vale trouxe uma matéria sobre as sequelas que a diabetes pode deixar em uma pessoa. Por outro lado, você vai ver como é possível conviver normalmente com essa doença.
A diabetes já afeta cerca de 246 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, mais de 6 milhões de pessoas sofrem com a doença, sem contar os que desconhecem possuir a doença. O problema pode trazer perda ou aumento de peso, é fator de risco para problemas cardiovasculares e, nos casos mais graves, provoca falência de órgãos (rins, olhos) e até a morte. Apesar dos perigos, é completamente controlável.
No entanto, apesar de ser uma doença crônica, é possível conviver bem com ela - basta que o paciente tenha hábitos saudáveis e siga corretamente as indicações médicas.
Adelina Vavassori, 67 anos, nasceu na comunidade de Tamanduá e sempre residiu em Rio do Campo, faz praticamente 30 anos que descobriu a diabetes e hoje carrega consigo algumas consequências da doença "Hoje eu já não caminho mais sozinha, porque foi amputado parte dos meus dois pés, depois fiz várias cirurgias a laser, comecei a perder a visão, até que foi possível fazer a cirurgia a laser eu fiz, mas chegou um momento que tinha sangue coagulado, dava derrame atrás do olho e foi preciso fazer essa limpeza, depois veio catarata, deu derrame novamente e perdi completamente a visão", conta Adelina.
Durante todos esses anos nunca deixou de fazer os tratamentos, os exames, até hoje ela sempre vai ao médico, o principal sintoma da diabetes que Adelina sente é fraqueza "Pois a diabetes é uma doença que prejudica vários órgãos, tenho que cuidar muito na comida, para eu poder levantar da cama, mas mesmo assim eu cuido bastante. Venho para a cozinha com a ajuda dos meus familiares", relata Adelina.
Na família, a filha Cleonice herdou a doença e já toma remédios. Também a filha Cleane teve diabetes durante a gravidez, mas talvez nem precise tomar remédios, porque possivelmente foi uma diabetes gestacional.
O dia a dia de Adelina é limitado "Da cama para a cozinha e da cozinha para a cama, porque o que eu posso fazer sem enxergar? Eu tenho o meu marido, meu companheiro de todos os dias, se não fosse ele, não sei o que seria da minha vida, ele me dá comida na mesa direitinho, me ajuda de verdade. Tenho também a Clarice que vem sempre aqui, se eu precisar ir ao médico ela auxilia em tudo. Eu não posso me queixar, pois eu sou muito bem cuidada. Sou muito agradecida por isso".
Sobre as consequências da doença durante esses anos, Adelina relata "As partes dos meus pés foram amputadas faz anos, um faz nove anos e o outro faz dez anos. Primeiro foi tirado o dedão do pé direito e depois foi amputado a metade do pé esquerdo. A visão faz três anos que eu perdi, antes eu enxergava para me virar, mas agora eu ando sempre apalpando nas coisas. Vou para o quarto, tomo banho sozinha, mas tudo adaptado para eu poder me segurar e andar. Mas alguém tem que me dar a roupa, para eu poder me vestir".
Como Adelina convive com a doença e sabe os transtornos que pode causar, deixa algumas dicas de prevenção "O que eu aconselho é cuidar muito na comida, que é o principal, medir a diabetes de vez em quando, medir a pressão, pois no meu caso a minha visão também complicou devido a minha pressão alta, que causou derrame no olho".
Como aprender a conviver com a diabetes
Angelo José Florêncio, 80 anos, reside em Rio do Campo há 56 anos e faz 40 anos que este jovem senhor descobriu a doença "Eu tinha sintomas, mas os médicos não descobriam o que eu tinha, pois naquela época era mais difícil para descobrir a diabetes. O médico solicitou vários exames até que descobriu que eu estava com diabetes, e já estava com um grau bem alto, mas a partir da descoberta iniciei o tratamento. Às vezes a diabetes subia, mas hoje já está bem controlada, eu me sinto muito bem".
O dia a dia de seu Angelo é normal "Tomo um remédio para controlar, cuido na alimentação, bebida. Levo bem a sério para poder ter uma vida melhor, aprendi a conviver com a Diabetes. Houve momentos que acabei dando uma relaxada, não cuidando de forma adequada, mas vi que estava piorando, então comecei a ter os cuidados novamente".
Seu Angelo fazia tratamento com vários médicos, mas já faz 15 anos que faz tratamento com apenas um médico, da cidade de Rio do Sul, o tratamento está bem controlado. "Na minha família, a maioria dos meus irmãos teve diabetes e faleceram novos, por isso precisamos nos cuidar. Tenho uma vida tranquila junto com a minha esposa, nos entendemos bem, dançamos no clube dos idosos, fizemos exercícios físicos três vezes na semana, isso ajuda a ter saúde".
Durante os 40 anos que convive com a Diabetes, seu Angelo afirma que teve problemas no coração, fez angioplastia há 15 anos e até agora não teve problemas mais graves.
Para quem tem diabetes seu Angelo dá a seguinte dica "A vida é melhor do que a doença, e eu gosto muito de viver. Se você tem diabetes, faça um tratamento correto, cuide da alimentação que isso vai ajudar muito você a viver melhor".
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