Riocampense foi o destaque da turma e obteve a maior média geral do Curso

Filho de Laurentino e Tereza Alves, Gilson Alves sempre foi dedicado aos estudos, além da recente formação em Engenharia Civil, Gilson possui outros dois cursos Superiores, Licenciatura em Matemática e Licenciatura plena em Física, e pós-graduação em ensino de Matemática.

Gilson tem 35 anos, é professor, porém não atua nessa profissão, é concursado como funcionário público estadual e está atuando como agente operacional administrativo na Empresa de Pesquisa e Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina, a EPAGRI, que é uma empresa pública estadual. Nessa atividade executa tarefas de rotina administrativa, financeira, orçamentária, de documentação e informação, patrimônio e material, o atendimento ao público, recepção ao público e atendimento telefônico.

Formação em Engenharia Civil, um sonho adiado por 12 anos

Gilson explica qual foi o motivo que o fez optar por Engenharia Civil "Sempre gostei das ciências exatas, quando frequentava o último ano do ensino médio, em 1998, busquei estudar e conhecer sobre cursos superiores nessa área, deparei- me com alternativas como ciências contábeis, ciências da computação, as várias engenharias como, por exemplo, Engenharia Civil, Elétrica, Sanitária, de Produção, Mecânica entre outras, e os cursos de licenciatura em matemática, química e física. Mas não havia muitas opções, eu e minha família não tínhamos condições de arcar com os custos de uma faculdade particular na época, portanto se eu quisesse estudar precisaria frequentar uma faculdade pública, pois não existia programas de financiamento como o FIES ou o ENEM que disponibiliza bolsas de estudo em faculdades particulares. Em fevereiro do ano de 1999 fui morar sozinho em Joinville, com pretensões de estudar na UDESC, faculdade estadual pública gratuita. Como eu precisava trabalhar para poder pagar meus gastos com moradia, alimentação, transporte etc, não era possível frequentar um curso de engenharia, pois o mesmo era disponibilizado em período integral, a grade do curso era mista com aulas nos turnos matutino e vespertino, não possibilitando que eu tivesse um emprego durante o dia. Restaram duas opções, Ciências da Computação ou Licenciatura em Física. Para me ajudar nessa decisão, procurei um conselho de meu irmão Veroni Alves, que na época já possuía curso superior em licenciatura em matemática e lecionava a disciplina em algumas escolas de Rio do Campo. Segui seus conselhos e optei então pelo curso de licenciatura em física, estudei muito, prestei vestibular em julho do mesmo ano, fui aprovado e em agosto iniciei meu curso superior. Em fevereiro de 2002 fiz minha estreia como professor de física no ensino médio na EEB Dr. Fernando Ferreira de Mello, lecionei também matemática na escola da comunidade de Taiozinho, na escola da comunidade de Santa Maria e na escola da comunidade de Santa Margarida, que fica na cidade de Salete. Lecionei até o ano de 2012. Durante todo esse tempo refleti sobre a profissão de professor, e acabei perdendo o entusiasmo que tinha no início da carreira. Lecionar ou "dar aula" é muito bom. É querer compartilhar conhecimentos, propagar a informação, mas "dar aula" exige esforço, dedicação, preparo. Ser professor vai além das tarefas estabelecidas em contrato, além das horas pagas no holerite, além da ideia de que aquilo é apenas um meio para se ganhar a vida. É preciso estar preparado para parar a cada dúvida do aluno, para ensinar não só a matéria, mas ensinar o melhor do pouco ou do muito que sabemos sobre a vida. É preciso muito amor, paciência e dedicação nessa profissão. Admiro muito todos os guerreiros, assim defino esses profissionais. Como sempre gostei de estudar, resolvi voltar aos acentos de uma universidade em busca de um novo curso, o qual não tive oportunidade de fazer antes, agora, facilitado por ser disponibilizado no período noturno em uma cidade mais próxima de Rio do Campo, transporte gratuito diário de Rio do Campo até a Universidade. Dessa forma pude continuar a morar em Rio do Campo, trabalhar durante o dia, e estudar a noite em Rio do Sul. Sendo assim, posso dizer que o curso de engenharia civil já tinha sido minha escolha, (mesmo que inconsciente) lá atrás, no ano de 1999, mas que devido às dificuldades enfrentadas e já citadas só consegui realizar esse sonho 12 anos mais tarde".

Para Gilson, estudar é algo essencial

Para quem acha que Gilson vai dar trégua aos estudos, está enganado, pois ele quer dar mais um passo "Provavelmente farei alguma especialização na área futuramente, seja uma pós-graduação ou até mesmo um Mestrado, mas vou esperar um pouco, planejar e me organizar muito bem para isso", enfatiza Gilson. Estudar é algo essencial para o recente Engenheiro Civil "Eu sempre dei prioridade aos estudos em minha vida, sempre gostei e busquei novos conhecimentos. Tenho a opinião de que o estudo abre novos caminhos, novas portas e nos apresenta mais oportunidades para o sucesso". E não possui uma disciplina preferida, mas prefere por disciplinas que envolvem cálculos, desenhos e medições. Gilson buscou sempre dedicação aos estudos "Sempre procurei meu melhor como aluno, estudei e ainda hoje estudo muito, mas nem sempre alcancei sucesso, nem sempre tirei notas boas. A jornada de estudante é complicada, exige muita dedicação e perseverança".

A premiação: Em uma cerimônia marcante, Gilson foi surpreendido por duas vezes

No sábado, dia 10 de setembro, foi o momento solene, a formatura da sua turma de En-genharia Civil, em Rio do Sul, composta por 42 alunos. Em dois momentos da cerimônia Gilson foi surpreendido com a divulgação de ser aluno destaque e expressa um pouco da emoção daquele momento "Realmente fiquei muito surpreso por ter sido homenageado. Na ocasião recebi dois prêmios, um por parte da universidade que me entregou pelas mãos do coordenador do curso de engenharia civil um certificado de aluno com a maior média geral do curso, e um segundo prêmio oferecido pelo CREA-SC, do qual recebi das mãos do presidente um lindo troféu por ser aluno destaque da turma.

Gilson afirma que aquele momento foi marcante "Com palavras é muito difícil descrever os meus sentimentos daquele momento. Quando o mestre de cerimônia anunciou que teríamos um momento de homenagem e ao fundo ouvindo aquela música de suspense, a adrenalina subiu e ficamos na expectativa de ouvir o nome do aluno com a melhor média geral do curso. Ao anunciar meu nome, fiquei muito feliz, a emoção foi forte, não me lembro de muita coisa, apenas que recebi muitos aplausos e visualizei meu pai, mãe, madrinha e minha companheira aplaudindo de pé em meio aos convidados especiais dos demais formandos. Foi um momento único, sem igual, e com certeza o mais emocionante de toda a minha vida. Após receber o prêmio e sentar-me fui novamente surpreendido ao ouvir o meu nome mais uma vez e sendo chamado para ir receber outro prêmio como aluno destaque. Ouvi meus colegas me parabenizando enquanto caminhava até o local onde recebi o troféu. Enfim, foi muito gratificante, emocionante e comovente aquele momento que certamente será inesquecível".

O jovem Engenheiro Civil acredita que ter conseguido esse destaque entre os demais alunos foi através de dedicação e persistência e muitas horas de estudo. Buscar as melhores notas já era uma meta determinada por Gilson "Durante toda a minha jornada acadêmica eu sempre me dediquei ao máximo para obter as melhores notas possíveis, e tinha como um de meus objetivos alcançar sim a melhor média, porém eu estava consciente que haviam "concorrentes" muito fortes e que dificilmente conseguiria superá-los. Tinha sim uma leve esperança de ganhar um prêmio, mas jamais pensei que seria homenageado duas vezes. E para os jovens que queiram alcançar méritos nos estudos, Gilson Alves deixa uma dica "É necessário disciplina, foco, persistência e dedicação. Em muitos momentos priorizar o estudo, mas sem deixar de fazer suas atividades de rotina, ou privar-se de se divertir. Você pode fazer tudo o que gosta de fazer, seja sair para balada, passear, divertir- se, trabalhar, etc, mas para poder fazer tudo isso e ainda ter méritos como estudante é preciso aprender a se organizar, planejar sua vida, caso contrário você vai se sobrecarregar e não terá bons aproveitamentos nem na vida de estudante, nem na vida pessoal".