logo RCN
Agricultura

Família é exemplo em cultivo de diversidade, sem agrotóxico

Quem cultivou? Como foram os procedimentos? Utilizaram agrotóxicos? Por onde ele passou até chegar à minha mesa? Você já se fez essas perguntas antes de consumir algum alimento? Antes talvez de preparar o almoço de domingo para sua família? Pois bem, os integrantes de uma simpática família de Rio do Campo sabem na ponta da língua as respostas para essas perguntas.

Ronaldo Jarosz, 37 anos, nasceu no município de Salete, mas se criou no município de Rio do Campo, na Comunidade de Serra do Mirador. Descendente de poloneses, Ronaldo é da segunda geração, seu avô veio da Polônia. "Minha família já está estabelecida no município de Rio do Campo desde 1942".

A Família Jarosz, composta por Ronaldo, sua esposa Tatiana, seus filhos, Maria Letícia, de 11 anos, Estefani Larissa, de 7, e Rafael Augusto, o caçula da casa com 2, reside em uma propriedade agrícola na comunidade de Taiozinho, em Rio do Campo, há seis anos. "Quando casamos ficamos um tempo no município, depois fomos embora para Blumenau, lá permanecemos apenas dois anos", diz Ronaldo.

O retorno da família para Rio do Campo ocorreu porque o primogênito, José Roberto, foi acometido por uma doença "Meu filho mais velho foi diagnosticado com câncer, então decidimos voltar, pois para nós era mais fácil estar perto da família", conta o pai.

A família passou por momentos difíceis e por diversas cidades até se acomodarem novamente na propriedade. "Rodamos por vários lugares, ficamos bastante tempo em Florianópolis devido ao tratamento do nosso filho até que voltamos a residir nessa propriedade que é da família da minha esposa", explica Ronaldo. Infelizmente José Roberto faleceu no ano de 2008, mas o amor e o carinho pelo menino, é notório é expressado no olhar da família. "Ele é sempre lembrado".

O pedaço de terra dessa simpática família é conhecido na região pela diversidade de culturas "Atualmente a gente vem trabalhando com a produção de feijão, com quatro variedades diferentes. Com pepino, que é um destaque, também com grandes variedades em hortaliças, verduras e fruteiras. Temos diferentes tipos de amendoins. Temos milho e algumas outras coisas que a gente vem implantando aos poucos. A cana de açúcar, que dela produzimos o melado e o açúcar mascavo. Temos lagoas com peixes, porcos, vacas de leite, enfim, é bastante coisa", relata Jorosz.

A lista do que é produzido é extensa, Ronaldo destaca que tem de tudo um pouco do que é necessário para o consumo da propriedade, da família, e conta qual a vantagem dessa grande variedade "Basicamente é uma alimentação mais saudável, sei o que estou colocando na mesa para meus filhos se alimentarem", garante.

Com o passar do tempo teve uma cultura que hoje Ronaldo já não trabalha mais, porém em suas palavras em nenhum momento ele a menospreza "O fumo. O fumo é uma cultura que a gente já vinha trabalhando há muitos anos. Minha família por sinal sempre trabalhou nesse meio, então eu não desdenho o fumo, é uma cultura muito relevante para nossa região, mas por ser uma lida muito sofrida e também por falta de mão de obra, decidimos tentar algo novo, principalmente pelo fato de ter uma vida mais saudável". Além da grande variedade, Ronaldo destaca que não usa agrotóxicos no que planta. "O veneno que eu uso é o 'inxadol', é na base da inchada mesmo", diz ele com risos. "Tudo que a gente planta vem bem".

Com tanta diversidade e muitas coisas para cuidar, aproveitar e ter uma boa organização é essencial. "A gente levanta sabendo o que tem que fazer, minha esposa já sabe dos afazeres dela eu sei dos meus e tudo vai caminhando", afirma o agricultor.

As parreiras de pepinos são um destaque na propriedade e Ronaldo conta porque começou a produzir o fruto "Nós tínhamos pequenos espaços para trabalhar, então procuramos algo que pudéssemos aplicar nesse espaço, foi aí que começamos a trabalhar com o pepino".

A esposa Tatiana ficou com a tarefa de colher os pepinos, que com 30 dias já podem ser colhidos. E quando a colheita começa recebem atenção todos os dias. "Com 30 dias eles já podem começar a ser colhidos, eles estarão com tamanhos entre 4 e 7 centímetros, que é o padrão ideal para conserva", diz o produtor. A colheita da produção sempre anima "Em nossa melhor temporada de colheita, colhemos por 84 dias, chegamos a uma média de 4,3 kg por pé, a maior quantidade que colhemos com um kit, que são três mil pés, foi em torno de 14 toneladas", revela.

A venda acontece na casa da família, os pepinos não são vendidos para empresas "As pessoas vêm buscar na propriedade, encomendam por telefone, pelo Watsapp, pessoas da comunidade e até de longe vêm comprar, pois conhecem muito bem o produto, sabem como ele é produzido", destaca o agricultor.

Ronaldo e Tatiana contam que são um casal grato por estarem proporcionando uma boa infância para os filhos, um alimento diferente na mesa, um alimento saudável, onde tudo é produzido ali mesmo "Isso sem dúvidas é gratificante para nós, porque tanto eu como a minha esposa crescemos desta forma, nossas famílias buscavam produzir os alimentos que consumiam, e a gente não quer deixar isso se perder, como em muitas propriedades onde infelizmente é um valor que vem se perdendo. Estamos nos dedicando para cada dia poder fazer mais", finalizam.


Anterior

Garoto Riocampense é destaque no vôlei

Próximo

Brasília 74 faz parte da história da família Jarocz

Deixe seu comentário