
Saúde Mental
Foram mais de 11.000km. A viagem que durou três semanas, jamais será esquecida pelos amigos Mateus Eduardo Kotelak, Diego Kuhlkamp e João Vitor Paulo. Os "Amigos do Vale" saíram da cidade de Rio do Campo e partiram para Ushuaia na Argentina, que é conhecida como "a cidade do fim do mundo". Isso por ser a cidade mais austral do planeta (mais ao sul), e a mais próxima do continente gelado, distante pouco mais de 1000 km da Antártica.
Mateus esteve na redação do JATV para contar um pouco sobre essa história. Ele disse que ficou fissurado em um vídeo visto na internet em que um homem ia com a sua moto CG até o Alaska e essa foi a grande inspiração de Mateus. A ideia inicial era ir até Atacama. A aventura foi feita em dezembro do ano passado, data que o Chile passava por alguns protestos violentos, fazendo com que o grupo mudasse os planos.
Agora com 19 anos, Mateus conta que desde cedo gostava de andar de moto. Apesar de estar com sua Carteira Nacional de Habilitação no primeiro ano, de forma provisória portanto, já fez essa viagem internacional. No final de novembro de 2019, saíram de Rio do Campo e a primeira parada para dormir foi em São Borja/RS, que faz divisa com a Argentina. Posteriormente, foram até Buenos Aires de onde pegaram a "Ruta 3" (Rota 3), indo até Ushuaia. Porém, com dificuldades como ponte quebrada e outras dificuldades, passaram por Comodoro Rivadavia (Argentina) e El Calafate, conhecida por suas geleiras. Na volta, passaram por Uruguaiana ao invés de São Borja, no estado gaúcho.
Mateus foi com uma moto Tornado 250cc do ano de 2007. João também escolheu para a aventura uma Tornado, porém, 2005. Já Diego optou por uma Transalp 700cc de 2012.
style="width: 50%;" data-filename="retriever">
Dificuldades na viagem
A tão esperada viagem foi inesquecível para o trio. Porém, também houve algumas dificuldades. Apesar de ser fim de ano e verão no hemisfério sul, o vento foi um dos grandes empecilhos dos motociclistas. "A minha moto é de seis marchas. Ela perdeu duas com o vento. Tinha momentos que ela ia pra quarta marcha. Parecia que estava patinando" relata Mateus. Outro fato que complicou foi o frio. "Na volta, chegou um momento que não sabíamos mais o que fazer. Achávamos que iríamos congelar. Aí achamos um abrigo, fizemos uma fogueira com lenha seca e nos aquecemos" relata Kotelak. Durante a viagem, um deles chegou a receber um casaco de um turista mexicano, tamanho era o frio dos brasileiros.
Outro momento difícil lembrado por ele foi a passagem pelo Estreito de Magalhães. O vento causou grandes ondas e a balsa demorou para encostar. Assim que ela chegou, o trio subiu, mas a balsa "ia de lado". "Quase não deu pra subir na balsa", lembra ele.
style="width: 50%;" data-filename="retriever">
Repercussão
Além dos amigos e familiares, mais pessoas se interessaram pela viagem dos Amigos do Vale até Ushuaia. A Revista Duas Rodas, uma das mais conceituadas do Brasil no ramo das motociclistas, contou a história da viagem dos garotos. Cícero Lima de São Paulo viu a história nas redes sociais e resolveu contar na revista cuja edição tem o número 533.
style="width: 50%;" data-filename="retriever">
Contato com os "gringos"
A impressão que os riocampenses tiveram entre os argentinos e chilenos, foi bem diferente. Mateus conta que se assustaram ao chegar na Argentina, pois os motociclistas andam sem ligar os faróis e não usam capacete. A impressão inicial não foi boa. Porém, mudaram de ideia após ter contato com o povo. Na cidade de Azul, perto de Buenos Aires, foram agraciados com a troca de óleo gratuita por parte de amigos que fizeram durante a viagem.
No Chile, foram poucos quilômetros (cerca de 200km). Porém, a impressão sobre o povo não foi boa. "Lá foi bem enrolado. O cara que nos atendeu foi bem chato".
Perrengues
Nos primeiros quilômetros, a moto pilotada por Diego teve um probleminha mecânico. Após dez dias, Mateus resolveu mandar lavar sua moto por duzentos pesos em Ushuaia. Lembrando que o real anda variando entre treze e quatorze pesos argentinos. Sendo assim, pagou cerca de quinze reais. Ao tentar dar partida na moto, ela não quis pegar. Já eram 22h. Segundo Mateus, lá só anoitece por volta das 23h ou até mais tarde. Na rua com a moto desmontada, precisou levar sua moto ao hotel. No outro dia, levou na mecânica. Tiveram que esperar até às 10h para que o local abrisse. Lá, pagou 70 reais para o mecânico abrir e trocar a vela. O reparo não foi mais caro, pois Mateus havia levado uma vela na sua bolsa. O preço foi só para o profissional fazer a troca. Além disso, durante o percurso, o cabo da embreagem da sua moto (que já era usado) estragou. Por fim, na moto de João, a corrente estourou na volta.
Outra curiosidade foi que levaram barracas. Dormiram apenas dois dias nelas. Frio e chuva foram dificultadores. O câmbio lhes salvou, pois os hotéis em que eles ficavam eram baratos.
style="width: 50%;" data-filename="retriever">
Recomenda o passeio?
"Eu recomendo. Pra mim foi uma satisfação. Chego a ficar emocionado. Foi suado, mas valeu muito a pena.
Planos para novas aventuras
Talvez o sonho de ir para Atacama poderá ser concretizado em 2021. Pelo menos, o plano dos amigos é esse. Outra viagem sonhada é para Salar De Uyuni na Bolívia, passando pela "Estrada da Morte" e quem sabe, passando pelo maior deserto de sal do planeta. O último desafio de Mateus é ir para o Alaska de moto, repetindo o feito do seu vídeo inspirador.
Empresas que apoiaram a viagem
Marcenaria Kotelak, Pódio Moto Center, Floresta Materiais de Construção, Vila Ferramentas Manuais, PR Compensados, Calhas Bittencourt, PrintSul e Auto Mecânica Taiozinho.
Confira as redes sociais dos Amigos do Vale
ÚLTIMAS
Saúde Mental
Saúde
Acidente
Professores de SC
Peixe alienígena
Alto Vale do Itajaí
Alto Vale do Itajaí
Indaial
Ligação Alto Vale e Planalto Norte
Educação
Tempo
Deixe seu comentário