Quem não gosta de um clique? De registrar aquele momento inesquecível? Um momento único que só acontece uma vez na vida, como o nascimento de um filho? Claro, pode até haver aquela pessoa que evita aparecer na foto, mas certamente ninguém consegue deixar de ver um retrato, de visualizar aquela foto do filho, do amigo, do familiar. Pois o mundo hoje está condicionado, irresistivelmente, a visualizar.

Enfim, é incontestável que, principalmente nos dias atuais, onde há um alarmante avanço da tecnologia e da mídia, a imagem se tornou uma ferramenta indispensável. Assim a fotografia tem sido largamente utilizada como meio de comunicação visual de grande apelo popular. Um público receptor, por vezes, desavisado quanto ao potencial da linguagem visual, e que, por este motivo, não a trata com a devida atenção.

O dia 19 de agosto é lembrado também como o ?Dia da Fotografia?. E considerando o imenso espaço que este objeto alcançou em toda parte do mundo, o JATV traz na pauta desta edição um pouco da história de um casal, profissionais em fotografia, já com anos de experiência. Acompanhe, na sequência.

Em Rio do Campo, com o mesmo sobrenome dos proprietários, está localizada a empresa Foto e Vídeo Esser, situada na Rua 29 de Dezembro, nº 791, no Centro. É o comércio, atuante, mais antigo da cidade no ramo de fotografia. Em outubro, completará 21 anos de existência.

Os irmãos riocampenses Gelson e Denesio Esser, junto com a esposa de Gelson, Marisa, são os proprietários da conhecida Foto Esser.

?A paixão pela fotografia nasceu quando ganhei de presente de minha mãe, Osnilda Esser (in memórian), minha primeira máquina fotográfica?

No entanto, é Gelson, o irmão mais novo, que iniciou na profissão de fotógrafo, ainda na sua juventude, mas já na companhia da esposa, Marisa. E Gelson conta como surgiu o interesse em trabalhar com fotografia ?A paixão pela fotografia nasceu quando ganhei de presente de minha mãe, Osnilda Esser (in memórian), minha primeira máquina fotográfica, uma Nikon FM2 totalmente analógica, para usar como hobby, embora, confesso, já me maravilhava com as fotos de família que meus pais possuíam?, relata Gelson.

[caption id="attachment_8501" align="aligncenter" width="696"] Primeira Máquina, uma Nikon FM2[/caption]

Naquele momento de sua vida, Gelson mal sabia que tomaria gosto pelo então hobby e o adotaria como profissão. ?No momento que conclui meus estudos no ensino médio, juntei meu sonho e fui buscar informação sobre a profissão. Em Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul, realizei cursos e a partir daí fui me aperfeiçoando?, conta.

[caption id="attachment_8500" align="aligncenter" width="696"] Primeira Máquina com acessórios necessários[/caption]

Após a conclusão dos cursos, Esser iniciou os trabalhos e afirma estar realizado. ?Fico feliz em fazer parte da realização de muitos sonhos das pessoas com quem realizamos os eventos, como casamentos, aniversários, formaturas, ou seja, passamos a fazer parte da história de várias pessoas, de muitos casais, tanto da nossa cidade como de comunidades vizinhas?, comenta.

?Quando tudo tem que sair perfeito o inesperado acontece, diz Marisa ?E fatos curiosos e até engraçados temos muitos: Noivo que quebrou santo em cima do altar; Aliança correndo pelo chão...?

Como em toda profissão e empresa, no início Gelson e Marisa enfrentaram dificuldades. ?As dificuldades eram em relação a cursos, pois não existiam na região, somente em grandes centros, como Porto Alegre, São Paulo, entre outros. E o custo era muito alto por não ter escolas profissionalizantes como têm nos dias de hoje?, conta o casal.

O aprimoramento veio com a prática ?Foi fazendo testes em casa, com familiares, simulações em igrejas, ambientes e situações diferentes até chegarmos à técnica adequada?, comentam os parceiros Gelson e Marisa.

[caption id="attachment_8502" align="aligncenter" width="696"] Segunda Máquina[/caption]

Ao longo de duas décadas na profissão, o casal de fotógrafos acompanhou alguns avanços que eles consideram relevantes para a qualidade e a eficiência da fotografia, as máquinas são um exemplo disso ?Começamos no ramo com uma máquina totalmente analógica usando filme 135mm, que era o mais usado. Com uma diversidade de ?iso? (sensibilidade do filme a luz) e marcas que tínhamos que saber o que cada um tinha de melhor para cada ocasião. Casamento era um tipo de filme e ?iso?, fotos externas se usava outro ?iso? e filme, Studio outro e assim por diante. Ou seja, tínhamos que saber como proceder na hora de cada fotografia. E ainda, a distância, o diafragma, a velocidade e o foco tinham que estar precisos, pois como toda fotografia não podemos perder o momento exato do evento?, explicam.

?Podemos considerar a fotografia como o meio mais perfeito para gravar e reproduzir manifestações culturais?

Para Gelson, os avanços não param, são constantes ?Depois do evento vinha a revelação do filme. Uma máquina comportava sistema de aquecimento dos químicos para fixar a imagem no negativo e outro equipamento para a impressão em papel. Hoje nosso trabalho é totalmente digital. Diminuiu bastante a mão de obra e a quantidade de equipamentos usados, porém, aumentou a necessidade de conhecimento. Enfim, exige aperfeiçoamento constante?, diz.

[caption id="attachment_8499" align="aligncenter" width="696"] Máquina já digital[/caption]

Além de presenciar vários momentos marcantes na vida de muitas pessoas, o casal também já acompanhou muitos fatos curiosos e até engraçados. Quando tudo tem que sair perfeito o inesperado acontece, diz Marisa ?E fatos curiosos e até engraçados temos muitos: Noivo que quebrou santo em cima do altar; Aliança correndo pelo chão; mas o mais comum é a colocação da aliança na mão ou dedo equivocado?, conta Marisa, entre risos.

Já Gelson, relembra outro fato que o marcou muito ?Foi quando a caminho de um casamento nosso carro quebrou, tivemos que pedir ajuda a um morador local para nos levar até o evento. E chegamos em cima do laço para entrada da noiva. A sorte nossa é que temos muitos conhecidos, amigos e parentes que foram prontamente buscar nosso veículo Jeep para voltarmos para casa. E detalhe, rebocando. Imagina a cena, voltando para casa com todo o equipamento de foto e vídeo, que não era pouco, e mais cinco adultos dentro de um Jeep? Acabou em diversão?, conta Gelson, sorridente.

[caption id="attachment_8498" align="aligncenter" width="696"] Todas as máquinas utilizadas ao longo de 20 anos permanecem guardadas na Foto e Vídeo Esser[/caption]

?Cheguei a levar os noivos de Jeep para casa depois da festa, pois a estrada não estava trafegável para carros sem tração 4x4, e foi um sufoco, tanto para ir, quanto para voltar. São muitas as histórias, se formos contar todas não há espaço no jornal?, comenta o fotógrafo.

[caption id="attachment_8503" align="aligncenter" width="577"] Gelson em um dia de trabalho na Festa das Origens[/caption]

[caption id="attachment_8504" align="aligncenter" width="696"] Marisa fotografando o casamento de Sidnei Ribeiro e Giseli Hacbarth[/caption]

[caption id="attachment_8505" align="aligncenter" width="696"] Casamento de Simone Heller e Gilson Oderdenge. Na foto Marisa ajeita os noivos para a fotografia e seu filho observa para aprender sobre a profissão.[/caption]

Marisa e Gelson definem o que a fotografia representa para eles ?Fotografia é a história contada em imagem. Em um primeiro momento as pessoas vão analisar o aspecto estético, num segundo e mais importante, a relação ao momento congelado no tempo, como a moda de roupa, corte de cabelo, ambiente, etc?, citam e acrescentam ?Podemos considerar a fotografia como o meio mais perfeito para gravar e reproduzir manifestações culturais?.

Já o cliente, espera na fotografia o máximo daquele momento ?O cliente, de primeiro momento, quer ver se tudo saiu como o esperado, e depois quer o máximo da lembrança de momentos inesquecíveis em sua vida?, finaliza o casal de fotógrafos.