
Tragédia
Fazer o bem sem olhar a quem. Certamente você já escutou ou leu isso em algum lugar. Sim, esse é ditado popular, e essas pessoas existem. Fazer o bem sem esperar nada em troca, sem aplausos. Corações cheios de amor e compaixão, mulheres fortes abraçando boas causas. Há quase 42 anos o Clube de Mães de Rio do Campo faz um trabalho social voluntário no município.
Para as atividades deste ano, o Clube abriu as portas na quarta-feira, dia 27. Aos 65 anos, Nilza Blasius, há oito participa do Clube de Mães e tem nele uma função importante "Na verdade, faço de tudo um pouco, mas minha função principal é a administração, ir atrás das coisas e fazer funcionar", Nilza é a presidente do Clube.
O Clube de Mães de Rio do Campo foi fundado em 07 de agosto de 1977, são décadas de história, anos de muitos trabalhos de mulheres que esbanjam bondade. "A primeira presidente do Clube foi a Dona Bernadete Silveira. Nomes como Frida Moratelli, Tereza Bernadino, Santilha Contezini, e tantas outras fizeram parte das raízes do nosso Clube", comenta Nilza, com orgulho.
O propósito da existência do Clube, segundo o grupo, sempre foi e continuará sendo o mesmo: ajudar ao próximo, estender a mão para quem precisa. "Ajudar famílias carentes, pessoas que precisam é nossa missão. Nosso trabalho é totalmente voluntário, fazemos enxovais inteiros para gestantes", cita a presidente.
A lista de atividades das mulheres integrantes do Clube é extensa, e elas não medem esforços para que alcancem os objetivos, e especialmente, têm prestado uma ajuda essencial para o hospital do município. "Fazemos costuras para o hospital, roupas para os acamados, roupas de cama, lençóis, fronhas, inclusive estamos com alguns para terminar", relata Nilza.
O grupo conta com 60 associadas, mas é uma média de dez que participam dos encontros todas as quartas-feiras "Quem é associada paga R$30,00 por ano para participar, em nossa acomodação, no estabelecimento do Clube, somos em 10 mulheres trabalhando, duas são responsáveis pelas doações de roupas e as outras cada uma doa seu talento", conta Dona Nilza que acrescenta "Talento é o que não falta nesse grupo, uma pinta, outra costura, outra borda, cada uma tem uma função muito importante".
Os encontros acontecem todas as quartas-feiras das 14h às 17h, sempre regados de muito trabalho, criatividade, conversas, trocas de experiências e conhecimento "Cada uma compartilha o que tem, quem sabe ensina quem não sabe aprende", dizem elas, sorrindo.
O Clube se mantém com recursos próprios, e nem sempre é fácil "Nos mantemos com o pagamento de quem é associada, também promovendo rifas e com vendas de nossos trabalhos de artesanato. Às vezes recebemos doações, o que nos ajuda muito, enviamos ofícios também para conseguir recursos". As integrantes contam que anteriormente recebiam mais ajuda, agora, porém, as coisas veem diminuindo "Em outras administrações, através de ofícios vinha da Fundação Vida de Florianópolis, uma carga de matérias, hoje já não temos mais". Nilza, como administradora, conta que o último recurso veio através do vereador Valmir Saquetti. "Ofícios nós já mandamos mais de 20, o que temos agora de material veio através do vereador, também a vereadora Gi nos doou linhas de costura para as costuras do hospital, mas nossos matérias estão acabando, agora vamos fazer cestas, para podermos comprar materiais".
A manutenção do local, das máquinas, luz, água, contabilidade, material, tudo é mantido com as anuidades das integrantes e eventos que elas promovem. O grupo lamenta que algumas pessoas não valorizem esse trabalho.
Para participar do Clube é muito simples, contam elas "Boa vontade, disponibilidade, e vir com a mentalidade que estamos nesse grupo para estender a mão ao próximo, é mais dar do que receber", citam. Porém, essas mulheres também recebem pelo bem feito ao próximo. Recebem gratidão, é isso que as mantém caminhando, afirmam.
Maria Maristela Corbani Exteckoetter com 53 anos, participa há 21 do Clube de Mães de Rio do Campo, ela conta que o exemplo de sua querida mãe foi o que a levou a entrar no grupo "Minha mãe foi uma das fundadoras, e eu sempre admirei o trabalho delas. Comecei no clube com 33 anos, não sabia praticamente nada de artesanato, mais o menos fazia um crochê, tudo que sei aprendi aqui, sempre gostei e continuo cada vez mais apreciando isso", menciona.
Novos horizontes foram alcançados ao longo de 21 anos no clube e hoje Maristela tem muitos talentos para oferecer "Hoje eu tricoto, bordo, pinto, faço crochê, sei o básico da costura, além do precioso momento de integração com as colegas, isso é muito bom", expressa. O resultado de tudo é gratificante, diz Maristela "A sensação de se sentir útil, fazer algo em prol de alguém, é um sentimento que não tem explicação, não temos um salário, mas garanto que esse sentimento não tem preço que pague, o fato de estarmos no Clube trabalhando, sabendo que alguém vai usufruir, do que produzimos e ser grato. É muito bom", conta ela emocionada.
Maristela diz que muitas coisas poderiam ser melhores e tem esperança de que ainda possam receber mais ajuda, podendo assim alcançar mais pessoas "Deveríamos ter mais apoio, certamente. Não sei o que tem bloqueado essa ajuda, não é por falta de ir atrás, e de pedir, são 42 anos de existência, acredito que já deu pra se perceber a nossa importância para a comunidade, só o que a gente faz pelo hospital, que é um local que todos usufruem e precisam, já seria um motivo para termos mais ajuda e apoio", finaliza.
A mais nova integrante do grupo é Dona Maria Souza, que há 10 meses começou a participar dos encontros, ela tem 67 anos e mora na localidade de Ribeirão Carneiro. Essa senhorinha simpática, segundo as colegas, chegou para somar, trazendo novidades e uma mente pra lá de criativa. "Gosto de trabalhar como voluntária, e vi elas fazendo trabalhos e doando para o hospital, um gesto muito lindo, eu queria participar disso, então entrei no Clube, gostei e permaneço. Quando não posso vir, justifico, mas faz uma falta danada". Maria é muito prestativa e ativa "Eu amo estar no Clube, gosto de fazer de tudo, o que me mandarem fazer, eu gosto".
O objetivo dessas mulheres nos primeiros meses de 2019 é construir o muro ao redor do Clube. Para isso elas contam com colaborações dos munícipes, do poder legislativo e executivo. "Toda e qualquer ajuda é bem-vinda. Estamos há dois anos batalhando para construir o muro, mais está difícil", diz Dona Nilza.
O local onde funciona o Clube de Mães foi cedido pela igreja católica e enquanto o grupo existir, a manutenção do local é de responsabilidade do Clube. "No tempo do Padre Cornelius, ele cedeu esse terreno para que construíssemos o clube, isso está no estatuto, quando o grupo deixar de existir isso volta pra igreja, em todo esse tempo de existência, as reformas, melhorias e manutenções sempre partiram da gente, mas precisamos de ajuda, nada se consegue sozinho, nossa meta é conseguir fazer o muro", explica Nilza.
O grupo finaliza agradecendo aos que ajudam a causa, e convidam todos para conhecerem a instituição. "Às mulheres para participarem das atividades do Clube. Entrem como sócias, toda ajuda é bem-vinda. Nossas portas estão abertas".
ÚLTIMAS
Tragédia
Famosos
INSS
Incêndio
Itajaí
Segurança
Tempo
Saúde
Famosos
Acidente
Infraestrutura
Saúde
Deixe seu comentário