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Pode ser, pode não ser

Na vida tudo pode ser e tudo pode não ser. Um revólver na mão pode ser salvação, um revólver na mão pode ser perdição. E diante dessa verdade constrangedora, como de resto todas as verdades, sobra a máxima latina que nos fez saber que a virtude está no meio, in medius virtus... Vale o mesmo para os computadores e celulares modernos, que tanto podem ser usados para o bem ou para o mal do próprio usuário... Um computador, um celular, bem que pode ser um objeto de preciosas realizações na vida de uma pessoa quanto de sua perdição, tudo vai depender do modo de perceber o objeto e com ele conviver. Digo o que digo, leitora/or, porque acabei de ler sobre os efeitos danosos da moderna tecnologia, que, diga-se por justiça, é absolutamente mágica no que nos pode fazer por uma vida melhor, pena, todavia, que a maioria dos insanos a use para o seu próprio mal, e, muito, para o mal de outros. Um estudo internacional, revelado por americanos, realça os perigos do mau uso de computadores e celulares. Exemplos? Muitos. Um dos males é que a coluna vertebral das pessoas fica danificada, outro mal de conseqüências irreparáveis são os danos cerebrais, as pessoas vão perdendo habilidades sociais de modo permanente, vão ficando atrofiadas socialmente... E não sou eu a dizer, seria suspeito, afinal, tenho asco desse tipo de comportamento, esse que vejo por todas as esquinas... E tem mais, queira ou não a pessoa, ela vai desaprendendo de escrever, tem o pensamento deteriorado, perde as melhores intuições e criatividades e, ainda segundo os estudos, a pessoa perde até o sentido de amar... E é bom não esquecer que por trás desses modismos, e do apelo massivo para que as pessoas se conectem, há uma poderosa indústria digital a lucrar fortunas inimagináveis. Mas sempre foi assim, muito do que chamamos de propagando, publicidade, é, na verdade banditismo de fundo econômico. Mas que também fique claro, ninguém é obrigado a tomar veneno, mesmo que o veneno venha bem disfarçado. E adianta dizer isso tudo? Jovens não sabem mais escrever, não sabem ler, isto é, interpretar um texto, não sabem compreender uma comunicação alheia um pouquinho acima dos "resumos" internéticos... Há uma estupidificação coletiva e, a meu juízo, irrecuperável. Mas é como disse, tudo pode ser e tudo pode não ser, depende da pessoa, de sua interpretação dos estímulos da vida. Tecnologias sempre foram ou armas para salvar ou armas para aniquilar, e antes de tudo ao seu próprio portador. FELICIDADE Observe a cara das pessoas depois de um bom tempo, quase sempre um longo tempo, ao desligar o celular ou computador. Procure ver felicidade na cara da pessoa. Não vai ver. Vai ver, isso sim, bocejos ou suspiros de frustrações. Na comunicação de redes sociais todos mentem. Ninguém é santo, ninguém. Todos estão para lá de teatrais nas mentiras. Salvo, é claro, em caso de comunicações por razões sérias. Raras. Raríssimas. Os fúteis são maioria universal. SE Já disse e vou repetir, se as pessoas tomassem 15% do tempo diário gasto, jogado fora nas redes sociais, e estudassem Português, por exemplo, tornar-se- iam admiráveis e... odiadas, tamanha a qualidade da expressão verbal, dos textos produzidos e das proficiências da personalidade cidadã... Ah, sim, tens razão, perco meu tempo. FALTA DIZER Coisa linda, vitrinas já estão prontas para o Natal, uma época de sonhos e de elevação da alma... Será? Devia ser, mas a preocupação da maioria, já agora, é sobre os presentes. Devia ser uma festa só de amor, virou uma festa dos gastos. Pena.

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Luis Carlos Prates