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Editorial JATV

Editorial: O vírus do 7x1

Confira o editorial do JATV

Apesar de não ser recomendada a aglomeração de pessoas, é impossível você não esteve em uma roda de conversas esse ano, falando sobre o Coronavírus. Nem dá para imaginar que no grupo de WhatsApp da família, ou de amigos, esse tema não tenha vindo à tona em algum momento. O ano foi dele. O vírus que mata, ou que ajuda a matar principalmente quem possui comorbidades, foi o centro das atenções em 2020.

Se até a Organização Mundial da Saúde se contradiz sucessivamente, que dirá dos "especialistas" com quem conversamos diariamente. Entre alarmistas e negacionistas, o medo de apostar no errado. O cuidado demasiado do "Fica em Casa" e a "Economia a gente vê depois" levou milhares de pessoas ao desemprego. Assim como diversas pessoas que achavam que "essa onda não passaria de uma gripezinha" perderam entes próximos, ou nem estão mais entre nós para contar histórias.

A grande fé no momento gira em torno da vacinação. Seja ela chinesa, britânica ou de qualquer outra nacionalidade, é fato que as prováveis duas doses não terão força suficiente para imunizar uma pessoa eternamente. Recentemente, inclusive, a mídia nacional noticiou que mesmo com a vacina, a recomendação para o uso de máscaras seguirá no próximo ano. Aliás, as incômodas máscaras também foram polêmicas.

Desde que o até então Ministro da Saúde, Henrique Mandetta, anunciou que as pessoas só deveriam procurar os hospitais quando tivessem falta de ar, endossado por outro discurso dele falando da real possibilidade de os caminhões do exército passarem nas cidades recolhendo corpos, devemos também reconhecer os exageros ditos. Desde a OMS até os governantes, todos foram se mostrando perdidos aos poucos, levando a população a se sentir como um deficiente visual em meio a um tiroteio, sem saber o que fazer.

Cada vida vale muito. Cada morte causa dor em quem fica. Porém, até a metade de dezembro, cento e vinte pessoas faleceram com Coronavírus nas vinte e oito cidades que integram o Alto Vale, gerando uma média de dez pessoas por mês durante o ano de 2020. Dessas, cento e sete tinham mais de cinquenta anos e praticamente todos possuíam comorbidades. Foram mais de 13.000 pessoas infectadas, totalizando, portanto, um índice percentual menor do que 1% de óbitos de quem contraiu o vírus.

Além dos óbitos, a grande tristeza foi a "idiotização" ideológica. O esforço em conjunto dos que se identificam de esquerda, juntamente com os da direita, certamente nos levaria a um caminho melhor. Nem o alarde feito por um lado, nem a parcimônia adotada por outro. Vivemos em um mundo onde, por mais que a pessoa esteja errada, defende até o fim o argumento posto 'goela abaixo' pelos seus representantes.

O Brasil virou um cabo de guerra com metade puxando para um lado, e a outra metade para outro. Dessa forma, nosso país vai revivendo a Copa do Mundo de 2014, sofrendo goleadas morais de 7x1. Ou nosso país acaba com essa guerra, ou essa guerra acabará com o nosso país. 

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