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Em dia de colheita não se ouve o cantar dos pássaros. O barulho das máquinas é intenso e em instantes há milhares de azeitonas no chão. A tela branca, colocada abaixo das árvores para facilitar a colheita, logo ganha diversos tons de verde, roxo e preto. O clima é de alegria e dever cumprido e essa é apenas a segunda safra comercial em oito anos de um pomar que fica na cidade de Campo Erê, no Oeste Catarinense.
Hoje ele conta com 18 hectares e cerca de 4.300 pés de oliveiras. A expectativa era colher a primeira safra em cinco anos. Demorou mais, mas a qualidade do azeite extraído no local compensou.
Marcos e o filho Mateus são agrônomos e na época de colheita a família contrata trabalhadores temporários para dar conta do serviço. Nem muito madura, nem muito verde. A colheita da azeitona na região é feita entre fevereiro e março e na safra passada a família colheu 11 toneladas do fruto, o suficiente para produzir 2 mil garrafas de azeite – dessa vez, a expectativa é colher pelo menos 10% a mais do que em 2022.
A rotina diária é puxada e o foco é não deixar nenhuma azeitona para trás. Primeiro é usado o vibrador de galhos, depois o varejador – uma vassoura de metal que vibra e derruba as azeitonas – e, por último, é rastelado galho a galho para não desperdiçar nenhum fruto saudável. Além do capricho no cultivo, a qualidade do azeite está diretamente ligada ao tempo que as azeitonas levam entre a colheita e a extração do óleo.
“Aqui no campo é que faz a qualidade. Depois que sair do campo, quase qualquer fruta, qualquer cultura não melhora. Mas se lá na indústria conseguir manter a qualidade que nós temos aqui, é isso que é o interessante. E é isso que é feito aqui”, explica Marcos Roman, dono da propriedade.
A propriedade da família Roman fica no Município de Campo Erê, no Oeste Catarinense, a uma altitude de aproximadamente mil metros acima do nível do mar. São 207 hectares no total 18 dedicados ao Pomar de Oliveiras, 13 a erva-mate e 106 hectares destinados ao cultivo de grãos, mas de uma maneira alternativa.
Há 11 anos Marcos decidiu promover uma revolução na forma de plantar ele substituiu boa parte dos produtos químicos por soluções mais baratas, conseguindo manter a mesma produtividade ao optar por pó de rocha remineralizador, entre outros.
Os resultados obtidos com a mudança na forma de cultivar a lavoura serviram de estímulo para Marcos diversificar a produção e buscar outras culturas. A escolha pelas Oliveiras teve influência de um amigo e do filho. O argumento usado pelos dois foram os resultados obtidos pela Epagri no colégio agrícola que fica em frente à propriedade do Marcos.
Projeto Oliveiras
A cooperação entre os setores públicos e privados principalmente na área de pesquisa é um dos fatores de sucesso da produção do azeite de oliva, produto rico em nutrientes que exige métodos específicos até para o consumo.
O projeto Oliveiras, executado pela empresa de pesquisa agropecuária e extensão rural de Santa Catarina, teve início em 2005. A Epagri plantou 36 variedades da planta em 10 microrregiões do Estado e as mudas foram importadas da Espanha e de Portugal, além de terem sido coletadas em terras brasileiras.
“É um projeto que está cumprindo com seu objetivo inicial de mostrar para Santa Catarina que tem mais uma cultura viável, com um alto valor agregado e que pode ser usado dentro da pequena propriedade. É uma cultura de um rendimento astronômico e que deu certo”, conta Dorli da Croce, pesquisador aposentado da Epagri.
No Brasil ainda não tem se dedicado esforços no melhoramento genético propriamente dito. O azeite foi analisado em laboratórios fora do país e sua qualidade foi atestada, garantindo então que se ele for bem produzido, pode ser enquadrado na categoria extra-virgem, a mais valorizada.
Para quem não sabe, o extra-virgem é produzido a partir de um processo mecânico, sem nenhuma adição química ou alteração de calor. Lembrando que ele não pode passar dos 28 graus no processo de extração, mas na cozinha não há problema algum.
Dos pratos mais simples aos mais sofisticados
O azeite de oliva é um dos ingredientes básicos e mais procurados na gastronomia, seja nos pratos mais simples até os mais refinados.
A nutricionista Kerlyn Zanon explica que há alguns cuidados especiais para consumir o alimento. O ideal é escolher um azeite que esteja dentro de uma garrafa de vidro escuro e é indicado o vidro, pois o plástico pode liberar uma substância tóxica que vai para o óleo e pode prejudicar a saúde.
Ela também explica que o azeite de oliva deve ser consumido diariamente, mas com moderação e equilíbrio, sem exagero. Que também é importante conferir a lista de ingredientes para entender se não há mistura com outros tipos de óleos.
“O azeite de oliva está na lista dos melhores alimentos antioxidantes. Ele faz bem para a saúde, faz bem para a imunidade, possui vitaminas, sais minerais, é bom para o sistema imunológico. Pelas fibras, ajuda inclusive no funcionamento do nosso intestino, ajuda na melhora da disposição, da energia, da qualidade de vida e, inclusive, da longevidade, pois é um alimento antioxidante”, completa.
Ele ajuda a reduzir os níveis de colesterol ruim no sangue diminuindo o risco de doenças cardiovasculares e também ajuda na formação de células do corpo.
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Fonte: Agro, Saúde e Cooperação / ND+
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