Combate à gripe A chegou mais cedo a Santa Catarina
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Patrick Rodrigues / Agencia RBS - Vigilância Epidemiológica de Blumenau vai adiantar distribuição de panfletos com orientações para tentar evitar a transmissão da doença
Com três mortes pela doença, Estado antecipa vacinação e campanhas
Como se proteger de um vírus que já matou duas pessoas em Blumenau, mantém seis internadas, foi detectado em oito bairros, cuja vacina ainda não está disponível na rede pública e pode estar nas mãos das pessoas que você conhece e confia? Esta é a principal questão que autoridades e especialistas tentam solucionar desde que duas mortes por gripe A em Blumenau foram confirmadas no último domingo. Além destas, o Estado confirmou ontem à tarde que o primeiro falecimento pela doença em Santa Catarina ocorreu ainda em fevereiro em Guaramirim.
A primeira resposta é unanimidade entre os questionados: prevenção. Lavar as mãos com água e sabonete é imprescindível. O álcool em gel também ajuda a evitar a transmissão. A etiqueta da tosse, que ficou famosa no primeiro surto da doença em 2009, volta com força e determina o uso do lenço descartável ao tossir ou espirrar, cobrir a boca com o antebraço. E novamente lavar as mãos. Evitar lugares fechados e com aglomerações também é recomendável.
O coordenador do curso de Medicina da Furb, o pediatra e pneumopediatra Hamilton Fogaça, destaca que as ações de prevenção são, neste momento, a principal arma que os cidadãos têm para evitar o contágio. Ele ressalta que o vírus pode circular mesmo antes dos meses mais frios do ano e, tanto se sabe disso, que o indicado é que a vacinação seja iniciada antes do inverno, para que a proteção tenha tempo de agir no organismo antes do ápice do frio - e da doença.
Já o diretor de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive), Eduardo Marcos Macário, afirma que a gripe A chegou mais cedo este ano. Na entrevista coletiva concedida em Blumenau segunda à tarde para falar da situação na região, ele declarou que o aumento no número de casos é atípico para este período, apesar do vírus circular todos os meses. No inverno os casos tendem a aumentar porque há mais aglomeração de pessoas.
Para o infectologista do Centro Especializado em Diagnóstico, Assistência e Prevenção (Cedap) de Blumenau e professor do curso de Medicina da Furb, Ricardo Alexandre Freitas, essa antecipação dos casos mais graves é motivo de, no mínimo, preocupação. Isto leva à segunda resposta para a pergunta de como se proteger: ir ao médico assim que os primeiros sintomas de gripe aparecerem.
O infectologista acredita que a doença, que ainda ocupa uma zona central na geografia longilínea de Blumenau, deve chegar aos polos da cidade em breve, já que é impossível deter a expansão de um vírus:
- Não é possível saber em quanto tempo isso vai acontecer, mas vai. A prevenção e o diagnóstico rápidos ainda são o mais importante.
Restam questões sem resposta. Uma delas é sobre a força do vírus que chega em 2016. Macário, da Dive, afirma que não há indícios de que ele seja mais potente do que em anos anteriores. Já o infectologista Ricardo Freitas lembra que o H1N1 está sendo estudado porque as instituições estão preocupadas com a possibilidade de um novo surto. Não é momento para pânico, diz o médico, mas o alerta está lançado e precisa ser ouvido.
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