De acordo com levantamento realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Santa Catarina teve um crescimento de 76% no número de pessoas em situação de rua nos últimos dois anos.

Em dezembro de 2021, havia 5.678 pessoas nessa condição; já em dezembro de 2023, o número subiu para 9.989, um aumento de 4.311 indivíduos.

Florianópolis, a capital do estado, ocupa a nona posição no ranking nacional das capitais com maior número de pessoas em situação de rua, com 2.749 habitantes nessa situação. No estado, Florianópolis lidera entre os municípios com os maiores números registrados.

O crescimento dessa população levanta preocupações sobre segurança e bem-estar social. “Não é incomum frequentarmos supermercados e encontrarmos pessoas em situação de rua pedindo dinheiro ou comida. Isso pode causar desconforto e, em alguns casos, até sensação de insegurança”, relatou Rosângela Pereira, aposentada.

Ranking das cidades catarinenses com maior população em situação de rua

1º lugar – Florianópolis: 2.749
2º lugar – Joinville: 1.116
3º lugar – Itajaí: 644
4º lugar – Blumenau: 504
5º lugar – Balneário Camboriú: 428
6º lugar – Lages: 397
7º lugar – Criciúma: 375
8º lugar – São José: 338
9º lugar – Tubarão: 273
10º lugar – Palhoça: 217

O que dizem as cidades citadas no levantamento da UFMG?

Florianópolis

A Prefeitura Municipal de Florianópolis (PMF) informou que disponibiliza diversos serviços socioassistenciais, como abordagem e encaminhamento dessas pessoas para serviços de acolhimento.

São oferecidas cerca de 500 vagas em abrigos, alimentação no Restaurante Popular e outros benefícios pelo Centro Pop. A prefeitura também realiza encaminhamentos para serviços de saúde mental, incluindo internações involuntárias quando necessário.

Joinville

A Prefeitura de Joinville destacou que possui uma política pública estruturada para acolhimento e encaminhamento da população em situação de rua. Entre os serviços oferecidos estão emissão de documentos, auxílio para reintegração ao mercado de trabalho, atendimento à saúde, e suporte socioassistencial por meio do Centro Pop.

Blumenau

Em Blumenau, a prefeitura afirma que a população em situação de rua é migratória e mantém serviços como Consultório na Rua, Centros de Atenção Psicossocial (Caps), e abrigos em parceria com organizações sociais, que oferecem até 155 vagas de acolhimento.

Lages

Lages tem intensificado esforços para ampliar programas voltados à saúde mental e dependência química, além de reforçar equipes de abordagem social. A cidade também busca parcerias com o setor privado para qualificação e reinserção profissional dessas pessoas.

Criciúma

A prefeitura de Criciúma informou que mantém cadastros atualizados e busca reconectar essas pessoas com suas famílias sempre que possível. Além disso, oferece estruturas de acolhimento e atendimento integrado com saúde e assistência social.

Palhoça

Segundo a administração municipal, Palhoça registra redução no número de pessoas em situação de rua. O município mantém um Centro de Abordagem Social e oferece atendimento individualizado para promover a reintegração social.

As prefeituras de Itajaí, Balneário Camboriú, São José e Tubarão não enviaram resposta até o fechamento desta matéria. O espaço permanece aberto para esclarecimentos.

Chapecó como exemplo positivo

A Prefeitura de Chapecó destacou uma significativa redução no número de pessoas em situação de rua, passando de 416 para apenas 48, tornando-se uma das poucas cidades de grande porte em Santa Catarina a não figurar entre as dez com maiores índices.

Fonte SCC10