A suspensão temporária dos estudos da vacina para a Covid-19, desenvolvida pelo grupo americano Johson & Johson, que havia autorização para ser testada em Santa Catarina, pegou algumas pessoas de surpresa. Porém, como está a atual situação?

A empresa americana anunciou, na última segunda-feira (12), a suspensão dos testes em humanos por conta do surgimento de uma doença inexplicável em um dos participantes. Até o momento, 12 voluntários brasileiros, todos do Rio de Janeiro, haviam recebido a dose da vacina ou placebo.

Santa Catarina havia recebido autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para que voluntários participassem. O Hospital São José, em Criciúma, no Sul do Estado, é uma das 29 instituições de pesquisa brasileiras citadas no estudo da Johson & Johson para a realização dos testes. Inicialmente, a diretoria do hospital não confirmava as tratativas com a empresa americana sobre o assunto.

Porém, procurada pela reportagem do ND+, nesta quinta-feira (15), a comunicação do hospital informou que o estudo seria realizado pela unidade. Ainda segundo a comunicação do hospital, a suspensão "não muda os planos".

A expectativa é que os testes da vacina retornem com segurança assim que a Anvisa autorize a continuidade. No entanto, ainda não existe um prazo para a autorização e retomada dos estudos.

Em nota publicada na última terça-feira (13), a Anvisa informou que o teste continuará interrompido até que "haja investigação de causalidade por parte do Comitê Independente de Segurança, como parte dos procedimentos de Boas Práticas Clínicas".

Conforme a Johson & Johson, o "evento adverso sério inesperado" não é incomum em ensaios clínicos e o número pode razoavelmente aumentar envolvendo um grande número de participantes.


Segundo estudo suspenso

Essa não foi a primeira vez que o estudo de uma vacina desenvolvida para a Covid-19 foi suspenso. Anteriormente, o trabalho da Universidade de Oxford, já na fase 3, foi suspenso, em setembro, por conta da suspeita de uma forte reação adversa em um voluntário no Reino Unido.

Um porta-voz da AstraZeneca, pioneira na corrida por uma vacina para a Covid-19, disse em um comunicado que o "processo de revisão padrão da empresa acionou uma pausa na vacinação para permitir a revisão dos dados de segurança".

Assim como informou a empresa americana, o porta-voz da Universidade descreveu a pausa como "uma ação de rotina que deve acontecer sempre que houver uma doença potencialmente inexplicada em um dos testes".