Está marcado para a quinta-feira (22) o júri popular de Arno Cabral Filho, acusado de matar três pessoas de uma mesma família em Alfredo Wagner, na Grande Florianópolis. A sessão ocorreria em agosto, mas foi remarcada por conta de uma recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A diretriz buscava evitar a propagação da Covid-19 no Estado.

Marcado para começar a partir das 8h, o júri ocorre dentro da Escola de Ensino Médio Valmir Marques Nunes, na cidade de Bom Retiro. O local é mais amplo do que o plenário do Júri da Comarca e foi escolhido por conta das medidas de combate ao coronavírus. Não será permitida a presença de público, informou o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC).

Preso desde 9 de agosto de 2019 no Presídio Regional de Lages, na Serra catarinense, Arno é acusado de matar Carlos Alberto Tuneu - conhecido por Argentino --, de 67 anos, a mulher dele Loraci Matthes, 50, e o filho do casal, Mateo Tuneu, 8, com uma barra de ferro.

No dia do crime, a criança e a mulher foram encontradas mortos dentro da casa, em uma propriedade rural de Alfredo Wagner. Já o corpo do argentino estava caído na estrada que leva até a residência. Ele nega a autoria do crime.


Investigação

Os policiais civis que investigaram o crime afirmam que Arno Cabral Filho havia comprado gado de Carlos Tuneu e estaria sendo cobrado. O acusado chegou a registrar um boletim de ocorrência contra Carlos por ameaça. Um dia antes do crime, Arno teria assinado papéis comprometendo-se a pagar parte da dívida no dia seguinte.

O triplo homicídio é qualificado por motivo fútil, por causa da dívida; com recurso que dificultou a defesa das vítimas e meio cruel, já que todos foram mortos com golpes na cabeça com a barra de ferro. Além disso, dois assassinatos foram cometidos para acobertar o primeiro.

Defesa

Ao G1 SC, a defesa do acusado disse "ter convicção da inocência e que no dia no júri, a provará documentalmente". Os advogados informaram ainda, que lutará para que esse caso não fique "nacionalmente conhecido como mais um, dos tantos casos de erros judiciais".